Há mais de dois anos a morte súbita de pastagens está preocupando os pecuaristas de Mato Grosso. Segundo levantamento feito pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), em 2011, 57% dos criadores passaram a enfrentar problemas com a doença em suas propriedades. Atualmente, no Estado, existem 108.185 produtores rurais com atividades ligadas à bovinocultura e, segundo dados do Indea, dos 25,8 milhões de hectares de pastagens em Mato Grosso, 2,23 milhões de ha estão com esta enfermidade, causando prejuízos da ordem de R$ 2,5 bilhões anualmente.
A morte súbita de pastagem, também conhecida como Síndrome da Morte do Braquiarão, é a consequência de diversos fatores que durante muito tempo levam à perda de pastagens, além das perdas agronômicas no solo e principalmente da forrageira Brachiaria brizantha cv. Marandu. Assim como em outros Estados, em Mato Grosso, a preocupação é grande em relação a doença. Diante do avanço desta síndrome em grandes áreas, ela está deixando o pecuarista com menos pastos disponíveis para alimentação do seu rebanho.
“A falta de monitoramento adequado da morte súbita de pastagem e a avaliação de suas causas ocasionou o agravamento da doença ao longo dos anos em Mato Grosso. Os fatores que levam à morte das pastagens envolvem o perfil e a fertilidade do solo, que aliados ao manejo incorreto do pasto e ao ataque de pragas e plantas daninhas fizeram com que a doença se alastrasse por todo o Estado. Por demanda dos sindicatos rurais de Mato Grosso, iniciamos este ciclo de palestras no interior do estado para orientar os produtores”, explica o diretor de Relações Institucionais da Famato, Rogério Romanini Romanini.
A Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), em parceria com a empresa DowAgroSciences, realizou um ciclo de palestras sobre o tema, durante o mês de novembro, em nove municípios do Estado – Marcelândia, Carlinda, Paranaíta, Nova Bandeirantes, Nova Monte Verde, Apiacás, Cotriguaçu, Juruena e Castanheira. Ao todo, aproximadamente 350 pecuaristas participaram dos encontros. Para evitar a doença, uma das alternativas recomendadas durante as palestras é a integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF).
Segundo a Famato, os pecuaristas devem adotar algumas medidas para evitar e controlar a doença, como escolher uma planta forrageira adaptada a cada área, fazer o controle imediato e constante de plantas e pragas invasoras quando detectadas, em especial o combate à cigarrinha, e a correção da fertilidade do solo. “A pecuária não abre mais novas áreas e vem cedendo terreno para a agricultura, por isso é importante cuidar das áreas já utilizadas. Uma das alternativas é a integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF), que eleva a fertilidade solo, aumenta a eficiência nutricional da pecuária e agrega valor às atividades e à propriedade”, informa o analista de Pecuária do Núcleo Técnico da Famato, Rafael Linhares.
De acordo com a Comissão de Pecuária de Corte da entidade, hoje, com a necessidade de reformas, uma vez que a legislação ambiental vigente seguirá inibindo a abertura de novas áreas, a pastagem degradada requer correção da fertilidade do solo, a escolha da forrageira adaptada a cada área, o controle imediato e constante de plantas e pragas invasoras quando detectadas, em especial o combate à cigarrinha das pastagens e o correto manejo da pastagem e pastejo.
Romanini enfatiza que “à medida que a agricultura eficiente assedia áreas de pastagens degradas, que possibilitam mecanização, como tendência surge a integração lavoura e pecuária elevando a fertilidade do solo, aumentando a eficiência nutricional da pecuária, agregando assim maior valor às atividades e à propriedade, num Estado líder nacional em produção de soja, milho, algodão e com o maior rebanho bovino do país”.
Por Equipe SNA/SP
