IBGE: sem agropecuária, PIB cresceria em torno de 0,6% no trimestre

A agropecuária foi responsável por “frear” o avanço da economia brasileira no terceiro trimestre, que registrou expansão de apenas 0,1%, avaliou a coordenadora de Contas Nacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Rebeca Palis.

Ela comentou que, nessa comparação, pelo lado da oferta, o Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária caiu 3%, puxado para baixo pelo fim de safra de soja – produto de maior relevância na produção de grãos do país – e pela expectativa de menor produção de cana-de-açúcar.

A técnica comentou que a taxa de alta de 0,1% no PIB nacional pode ser classificada como estável por ser muito próxima de zero. “Se ignorássemos a agropecuária, nessa comparação, se fizéssemos um PIB sem agro, o país teria crescido em torno de 0,6%” no terceiro trimestre em relação ao segundo, disse. “O PIB teria crescido realmente, e não mantido estabilidade.”

Entretanto, na comparação com igual trimestre do ano passado, o PIB da agropecuária continua a avançar, com alta de 9,1% no terceiro trimestre deste ano. De certa forma, já era esperado o impacto do fim da safra de soja no PIB agropecuário.

Em compensação, Palis destaca os bons resultados no PIB da indústria e no PIB de serviços. “No terceiro trimestre, o PIB industrial subiu 0,8% e o de serviços, 0,6%, na comparação com segundo trimestre deste ano. Pelo lado da oferta, se dependesse de serviços e de indústria, o PIB teria crescido bem mais”.

A técnica notou, porém, que mesmo com o recuo expressivo na agropecuária, a variação próxima a zero ainda é positiva, ou seja: o PIB não voltou ao terreno negativo nesta comparação na margem, em relação ao trimestre imediatamente anterior. “Isso seria um fator favorável”, disse.

“Foi uma estabilidade, sim, e menos intensa do que as anteriores”, afirmou Palis, comentando que, nessa série, na comparação com o trimestre imediatamente anterior, o PIB subiu 1,3% no primeiro trimestre e 0,7% no segundo. “Mas é uma variação com sinal positivo”, concluiu.

 

Fonte: Valor Econômico

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