IBGE: estimativa para a safra 2022 recua, mas mantém patamar recorde com 277.1 milhões de toneladas

A safra nacional deve registrar mais um recorde em 2022. Após três anos seguidos batendo recordes, a última estimativa do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), divulgado nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que a produção agrícola pisou no freio em 2021, fechando o ano com um total de 253.2 milhões de toneladas, 0,40% abaixo da de 2020.

Mas o estudo também aponta que, para 2022, o prognóstico é de novo recorde, de 277.1 milhões de toneladas, apesar de ter havido um leve recuo em relação ao prognóstico anterior.

“Ao contrário da safra de 2021, quando houve atraso no plantio, na safra de 2022, a soja, principal produto das lavouras brasileiras, foi plantada antecipadamente e de forma acelerada, na maior parte das regiões produtoras do País, por conta dos elevados volumes de chuvas ao longo do mês de outubro nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Isso deve ampliar a janela de plantio das culturas de segunda safra e beneficiar essa produção”, assinalou o gerente do LSPA, Carlos Barradas.

Impactos climáticos

Ele destacou, no entanto, que houve impactos climáticos provocados por áreas de instabilidade nos estados do Nordeste e Sudeste, por conta da Zona de Convergência intertropical, e efeitos do fenômeno “La Nina” nos estados do Sul, que já começam a interferir nos cultivos a campo.

“Há registro de chuvas acima da média na Bahia e Ceará, enquanto nos três estados do Sul e no Mato Grosso do Sul já se observa um menor volume de chuvas, com registro de estiagens severas regionalizadas, o que vem afetando as culturas de verão”, disse Barradas.

“Com isso, as novas informações recebidas nesse terceiro prognóstico já apontam um declínio de 0,3%, ou 900.000 toneladas, em relação ao que havia sido estimado no prognóstico anterior para este ano.”

Produção superior

Mesmo assim, a produção de 277.1 milhões de toneladas em 2022 deverá ser 9,40% superior à de 2021, com 23.9 milhões de toneladas a mais. O aumento se deve, principalmente, à maior produção de soja (2,50%), de milho (11,20% na primeira safra e 29,40% na segunda), de algodão herbáceo em caroço (4,60%), de sorgo (11,40%) e de feijão (10,80% na primeira safra e 4,60% na segunda).

O volume de produção da soja foi estimado em um novo recorde, de 138.3 milhões de toneladas, devendo representar mais da metade do total de cereais, leguminosas e oleaginosas produzidos no país em 2022.

Já a estimativa para a produção de milho é de 108.9 milhões de toneladas, sendo estimada uma colheita recorde, com a recuperação das lavouras após a grande queda na produção em 2021 por conta do atraso no plantio da segunda safra e da falta de chuvas nas principais unidades produtoras.

Quedas

Por outro lado, foram estimadas quedas na produção do arroz (- 4,90%), do feijão terceira safra (- 0,90%) e do trigo (- 7,40%) toneladas. “Apesar da queda, essa produção de arroz deve ser suficiente para abastecer o mercado interno brasileiro”, disse Barradas.

Safra de 2021

A estimativa final para a safra de 2021 totalizou 253.2 milhões de toneladas, sendo 0,40% (900.000 toneladas) menor que a obtida em 2020 (254.1 milhões de toneladas). Comparada à estimativa anterior, houve um aumento de 420.600 toneladas (0,20%). Arroz, milho e soja responderam por 92,60% da produção e 87,30% da área colhida.

O Mato Grosso lidera como o maior produtor nacional de grãos, com participação de 28,20%, seguido pelo Rio Grande do Sul (14,90%), Paraná (13,10%), Goiás (10%), Mato Grosso do Sul (7,50%) e Minas Gerais (6%), que, somados, representaram 79,70% do total nacional.

A estimativa da produção apresentou variação anual positiva em três regiões: Sul (5,20%), Nordeste (1,90%) e Norte (11,80%). Já Centro-Oeste (- 4,30%) e Sudeste (- 4,60%) tiveram queda.

O Centro-Oeste produziu 116.5 milhões de toneladas (46,10% do total do País); o Sul, 76.9 milhões de toneladas (30,40%); o Sudeste, 24.6 milhões de toneladas (9,90%); o Nordeste, 23 milhões de toneladas (9,10%) e o Norte, 12.3 milhões de toneladas (4,50%).

 

 

Fonte: IBGE

Equipe SNA

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