Nesta entrevista exclusiva, Antonio Alvarenga, presidente da Sociedade Nacional da Agricultura (SNA), conta como a entidade tem investido em desenvolver pessoas.
Muito se fala que o perfil do produtor rural mudou. Como o sr. o definiria atualmente?
Ele nunca esteve tão longe das figuras folclóricas do caipira, do senhor de engenho e do barão do café, enfim. Nosso produtor rural acompanha a cotação do dólar e das lavouras na bolsa, as projeções das produções, os estoques mundiais, os indicadores de preço, aplica as mais avançadas tecnologias nas colheitas. Sua atuação é cada vez mais cercada de informações e conhecimento para ajudar a tomada de decisão. Sua gestão é moderna; por isso ele precisa de profissionais especializados.
Ele os encontra?
Não. O mercado de ensino brasileiro é muito urbano e forma profissionais para as cidades; a área rural está carente de bons profissionais. Os grandes produtores acabam investindo eles mesmos em formação.
A SNA é fornecedora de formação?
Temos a mais antiga instituição de ensino voltada para o agronegócio, a Escola Wencesláo Bello, criada em 1899 no Rio de Janeiro, que oferece mais de 50 cursos de capacitação de curta duração, como administração rural, e específicos em diversas culturas, criações e manejos a mais de 2 mil alunos por ano. O campus inclui uma faculdade de veterinária e em breve terá uma de agronegócio, gestão ambiental e comércio exterior. Também organizamos cada vez mais eventos e congressos na área, publicamos duas revistas e ainda temos o Centro de Inteligência em Orgânicos, que tem por objetivo contribuir para o fortalecimento da cadeia produtiva brasileira de alimentos e produtos orgânicos, por meio da integração e difusão de informação.