As frutas e hortaliças mais consumidas pelos brasileiros e vendidas nas principais Ceasas do País ficaram mais baratas aos consumidores em setembro em relação agosto, segundo informação da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em relatório divulgado ontem.
Os preços do mamão caíram de forma mais acentuada dentre as frutas e recuaram em oito das nove centrais pesquisadas pela Conab. Na Ceasa de Vitória (ES), a retração foi de 45,80%, seguida da Ceagesp (SP), onde o mamão ficou 40,60% mais barato. A queda, observada no mês passado, se deu com a maior oferta das variedades papaia e formosa.
No caso do mamão papaia, a oferta aumentou principalmente no sul baiano e norte capixaba, por causa do amadurecimento precoce decorrente da elevação das temperaturas no campo. Para o mamão formosa, o recuo adveio, em maior medida, do enfraquecimento na demanda.
Entre as hortaliças, a queda foi generalizada para a cebola e a batata nas centrais atacadistas. Os preços da cebola recuaram 12% e 27% nas Ceasas de Recife (PE) e Brasília, respectivamente.
O movimento rompeu com uma tendência de alta que vinha sendo observada desde novembro de 2018. Mesmo com o recuo do mês passado, as cotações da cebola ainda estão elevadas e os preços hoje são praticamente o dobro do que se via nas Ceasas no mês de setembro de 2017 e de 2018.
Os preços da batata também caíram de forma generalizada em setembro em relação a agosto, e diminuíram 20% na maior parte das centrais. A exceção foi a Ceasa Fortaleza (CE), onde os preços recuaram apenas 7%, segundo a Conab.
Apesar disso, a oferta de batata no mercado nacional tem reduzido ano a ano. A movimentação nas nove Ceasas em 2017, de janeiro a setembro, foi de 790.000 toneladas. Em 2018, caiu para 768.000 toneladas e, em 2019, chegou a 701.000 toneladas.
Em setembro, os baixos níveis de oferta, no entanto, foram ofuscados pela má qualidade do tubérculo destinado ao consumidor, em razão das altas temperaturas nas zonas produtoras. A perda de qualidade é um fator característico do fim da safra da batata (no caso a de inverno, que abastece os mercados neste momento).
Valor Econômico
