Grãos: Área de plantio da safra 2023/24 pode registrar queda após 13 anos seguidos de aumento

Imagem de wirestock no Freepik

A área de plantio para cereais e oleaginosas no Brasil em 2023/2024 pode diminuir, o que interromperia uma sequência de 13 anos consecutivos de aumento. Consequentemente, existem possibilidades de queda na produção, após o recorde de 2022/2023. A estimativa é da Datagro Grãos, em sua primeira análise para a safra 2023/2024, na qual prevê uma área de 79.69 milhões de hectares e uma produção de 329.47 milhões de toneladas.

O economista e líder de conteúdo da Datagro Grãos, Flávio Roberto de França Junior, informou em comunicado que “apesar de boa oferta de crédito; da redução nos custos de produção e a safra de verão devendo acontecer inteira sob o impacto do fenômeno El Niño, o fato concreto é que a temporada vai começando com quadro muito menos animador e diferente do registrado no mesmo período de 2022”.

Segundo a Datagro Grãos, esse cenário é reflexo da expressiva queda nos preços nas principais culturas, além de um sentimento dominante de mercado novamente conservador em 2024. “Lembrando que, apesar de menores, os custos de produção estão caindo apenas cerca de 20% a 30%, depois de terem subido mais de 100% nos últimos 3 anos”, indicou França Junior.

A área estimada de 79.69 milhões de hectares, representaria uma redução de 0,20% sobre os 79.85 milhões de hectares em 2023. Já a estimativa preliminar da produção total de grãos para 2023/24 é de 329.47 milhões de toneladas, em comparação com o recorde de 330.68 milhões de toneladas em 2022/2023 (dados revisados). “Esse volume aconteceria em linha com a expectativa de redução da área a ser plantada; pela expectativa inicial de produtividade média ainda dentro da normalidade, contando com comportamento climático regular, e pelo positivo nível de utilização de insumos”, indicou França Junior.

Depois do fator mais importante, a definição da área a ser plantada, o que mais pesa nessa expectativa inicial de produção é o nível tecnológico a ser utilizado nas lavouras, cuja tendência se mostra outra vez positiva para a produtividade.

O terceiro grande fator para a definição da safra, o comportamento do clima, é sempre o mais delicado. Em virtude do El Niño, o sentimento é melhor do que nos últimos três anos, já que o fenômeno normalmente traz chuvas acima da média no Centro-Sul e precipitações dentro da normalidade na região Central. Porém, há certo grau de incerteza em virtude de provável diminuição das chuvas no Centro-Norte. Estatisticamente, anos de El Niño são normalmente associados a safras cheias no Brasil.

Fonte: Broadcast Agro
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