Os produtores norte-americanos de soja e milho estão tentando cortar o máximo de custos que podem para continuar competitivos contra os produtores do Brasil e da Argentina. Quatro anos seguidos de oferta expressiva reduziram a renda agrícola e tem colocado os produtores com altos custos sob pressão financeira, indica uma reportagem da Reuters.
Como reação, os produtores dos Estados Unidos compraram sementes mais baratas, gastaram menos que fertilizantes e atrasaram compra de equipamento. Mas novas previsões de colheitas grandes e altos custos de combustível fazem de 2018 um ano difícil, mais uma vez.
“A coisa mais lógica a fazer seria parar de produzir”, disse o produtor Tom Giessel, que tem uma propriedade de dois mil hectares no Kansas. O agricultor cortou tudo que pode para reduzir custos, mas ainda amarga um prejuízo de US$ 15.000,00 somente no milho nesta temporada “Eu estou me queimando e não estou muito diferente do resto aqui”, disse Giessel.
O setor agrícola dos Estados Unidos sofreu com aumentos de mão-de-obra, combustível e eletricidade. Os bancos também liberaram menos empréstimos para o setor. Mesmo com os corte expressivos dos produtores em insumos, os três itens fizeram com que os custos de produção subissem 1,3% em 2017, a primeira vez que houve aumento desde 2014.
O custo total dos insumos baixou de US$ 350.49 bilhões em 2014, para 310.29 bilhões em 2016, segundo o USDA. Na John Deere, a queda das vendas nos Estados Unidos e no Canadá foi de 5%. O mesmo aconteceu com o grupo Case New Holland.
Por outro lado, mesmo com todos esses cortes, o gasto dos americanos com insumos é ainda maior que no Brasil e na Argentina. A média de investimento latino-americano em soja é de US$ 115,00 por acre, enquanto nos Estados Unidos é de US$ 163,00 por acre. No milho, a Argentina investe US$ 200,00 por acre, enquanto os americanos gastam US$ 310,00 por acre.
Brasil e Argentina juntos possuem 42% do mercado global de milho, enquanto os Estados Unidos respondem por 31% do mercado sozinhos.
Fonte: Agrolink