Novas tendências apontam para um notável crescimento do setor de orgânicos no Brasil, nos próximos anos. A coordenadora do Centro de Inteligência em Orgânicos da Sociedade Nacional de Agricultura, Sylvia Wachsner, disse que, com a realização de grandes eventos no país, a exemplo da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016, “o produtor brasileiro terá boas oportunidades de negócios”. No entanto, advertiu sobre a necessidade de uma preparação estratégica.
Outro aspecto destacado pela coordenadora do CI Orgânicos foi a globalização do mercado interno, ou seja, a entrada de produtos estrangeiros fazendo frente aos orgânicos nacionais. “Será um desafio para o produtor nacional”, afirmou Sylvia, acrescentando que fatores como qualidade, produção, logística e distribuição deverão ser reavaliados.
Segundo ela, o crescimento econômico do país despertou a atenção internacional, fazendo do Brasil um foco de investimentos estrangeiros. Diante deste cenário favorável, Sylvia defendeu que é necessário superar alguns obstáculos, como, por exemplo, a falta de transparência e de atualização no cadastro nacional de produtores orgânicos. Sylvia afirmou que há um desencontro de informações entre o cadastro disponibilizado pelo governo e as planilhas das certificadoras.
Além disso, chamou a atenção para a inexistência de estatísticas de exportação, a demora na aprovação de insumos orgânicos e a lentidão no processo de regulamentação das sementes orgânicas. Para ela, “a falta de informações e de vontade política atrapalha a agregação de valor ao produto orgânico”.
Por fim, Sylvia defendeu uma posição mais ativa por parte dos consumidores: “É preciso fiscalizar e cobrar. Vejam as embalagens, vejam quem é o produtor. Confiram se tem ou não o selo orgânico. Nós consumidores devemos consumir alimentos de maneira responsável”.
Por Equipe SNA/RJ