Governo atende reivindicação de pecuaristas nordestinos e venderá milho R$ 26 a saca

A Ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), senadora Kátia Abreu, acolheu proposta da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e, diante da emergência da seca que afeta estados do Nordeste, persistente há quatro anos, aprovou a venda do milho em Balcão Especial, ao preço de R$ 26,00 a saca de 60 quilos, com subvenção oficial. A medida tem por objetivo manter a renda do agricultor nordestino. A decisão foi tomada durante encontro com o presidente da CNA, João Martins, na presença de três senadores e oito deputados da bancada parlamentar do Nordeste, todos preocupados com os efeitos da seca sobre a atividade agrícola e pecuária da região.

Nota Técnica da CNA assinala que, para agravar ainda mais a situação econômica do pecuarista nordestino, “os preços do milho praticados na área da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE), em razão dos efeitos da seca, estão sendo praticados a R$ 37,00 por saca, insuportável para o produtor local”. Para o presidente da CNA, os produtores agrícolas do Nordeste precisam de uma política de longo prazo que seja capaz de evitar as seguidas negociações, sempre penosas e exaustivas, capaz de levar em conta os efeitos da seca e a capacidade de renda do agricultor.

João Martins, contudo, mostrou-se satisfeito com a decisão da ministra Kátia Abreu que vai permitir redução nos custos do pecuarista na compra do milho, insumo indispensável para a alimentação do rebanho bovino afetado pela longa estiagem dos últimos quatros anos.

De acordo com os números da CNA, a seca provocou redução da renda do pecuarista instalado na região da SUDENE. Nesse cenário, tem sido inviável para criadores de pequeno e médio porte (suinocultores, avicultores, bovinocultores, caprinocultores e ovinocultores, e bubalinocultores) desenvolver suas atividades, com sérias ameaças à agropecuária e a economia da região. Outros fatores em 2015, além da seca, têm elevado os custos dos pecuaristas, casos do aumento da taxa de juros do crédito agrícola, inflação em alta, reajuste nos preços dos fertilizantes, defensivos, combustíveis e da mão de obra.

OFERTA ESTÁVEL

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estimou em 81,1 milhões de toneladas de milho a produção na safra 2014/2015, aumento de 2,2% em comparação com o desempenho da safra anterior, 2013/2014, nível recorde em consequência especialmente do aumento da área plantada na região Centro-Oeste. Mas, mesmo diante de uma oferta estável do milho e do equilíbrio entre oferta e demanda pelo produto, existe escassez do cereal em importantes regiões consumidoras, especialmente na área atendida pela SUDENE, indica a CNA.

A Fundação de Meteorologia e Recursos Hídricos do Ceará (Funceme) mostra que a escassez hídrica afeta principalmente os estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Alagoas e parte de Pernambuco, Piauí e Bahia. No Rio Grande do Norte, por exemplo, 95% dos municípios estão em situação de emergência e estado de calamidade pública, equivalente a 153 cidades. De acordo com a Conab, nos primeiros seis meses de 2015, a média das chuvas nos principais municípios produtores de grãos foi de 400 milímetros, quando a média histórica é de 700 milímetros.

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