Um estudo da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) mostrou que os resquícios do defensivo químico glifosato são “eliminados do organismo” depois de três horas do contato do ser humano com o agroquímico. Segundo o professor Paulo Cesar Pires Rosa, os resultados foram positivos e mostraram que o glifosato não tem a periculosidade que se pensava.
“O glifosato não é cumulativo. Depois de três horas da exposição, é praticamente todo eliminado do organismo”, disse.
A pesquisa analisou a urina de 30 produtores rurais de uma das principais regiões produtoras de grãos do estado do Mato Grosso e constatou traços do produto em apenas 11% das amostras. Além disso, segundo os pesquisadores, elas estavam em níveis inferiores aos estipulados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Os idealizadores afirmam que o nível de Ingestão Diária Aceitável (IDA) foi menor também do que o estipulado e permitido pelas agências reguladoras dos Estados Unidos e da União Europeia. Os norte-americanos permitem um limite tolerável de 1,75 mg/kg/dia de glifosato e os europeus 0,3 mg/kg/dia.
“O maior valor encontrado nas amostras foi de 0,007 mg/kg, enquanto que no Brasil, de acordo com a Anvisa, foi estabelecida uma IDA de 0,042 mg/kg (42ng/mL)”, indica o relatório.
No dia 3 de agosto, a juíza substituta da 7ª Vara do Distrito Federal, Luciana Raquel Tolentino de Moura, atendeu a um pedido do Ministério Público Federal (MPF) para que todos os agroquímicos à base de glifosato fossem proibidos no Brasil. A medida vale por 30 dias ou até a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) realizar a reavaliação do defensivo.
O projeto foi financiado pela Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT). “A Aprosoja arcou com os custos de reagentes e materiais para analisar essas amostras. E o sindicato rural indicou os trabalhadores, segundo os nossos critérios de inclusão e exclusão”, disse o professor.
Fonte: Agrolink