Giro de produtos orgânicos cresce 36% no país

Com uma demanda cada vez maior por produtos relacionados a uma vida saudável, os negócios com a chancela orgânica passaram de R$ 1,1 bilhão em 2012 para R$ 1,5 bilhão no ano passado.

Os números indicam que comprar alimentos, cosméticos e roupas com origem em propriedades que não usam agroquímicos e respeitam o ambiente entrou no radar de mais pessoas.

Na avaliação do projeto Organics Brasil, este ano deve apresentar avanço de ordem semelhante. A projeção é de movimento geral de R$ 2 bilhões, com as vendas externas contribuindo com até 30% desse valor.

Açúcar, castanhas, frutas, óleos vegetais e mel e derivados são os carros-chefes do país. Todo o mercado mundial é estimado em pouco mais de US$ 60 bilhões.

Segundo Ming Liu, coordenador-executivo do projeto que surgiu há dez anos e reúne atualmente 54 empresas e a Apex-Brasil (agência de promoção de exportações vinculada ao Ministério do Desenvolvimento), dois terços do comércio doméstico de orgânicos ocorrem no varejo tradicional. O terço restante cabe a lojas especializadas, negócios on-line e venda direta no campo.

Apesar de ainda representar um nicho, essa divisão do mercado comprova a consistência do potencial de expansão. Tanto que gigantes mundiais dos setores de alimentos e bebidas –como Nestlé, Kraft e Coca-Colacontam com estratégias firmes no segmento saudável. Delas constam parcerias com pequenas propriedades para garantir matéria-prima.

A Ifoam (Federação Internacional de Movimentos de Agricultura Orgânica) estima que os cultivos orgânicos certificados no Brasil se restrinjam a 2% da área agrícola do país, afirma Romeu Mattos Leite, presidente da câmara setorial temática ligada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

A fim de que a produção orgânica se expanda, Leite considera crucial apoio técnico e financeiro que sustente a conversão da propriedade agrícola convencional para os métodos agroecológicos.

Para ele, a falta de respaldo tecnológico vem da formação dos profissionais que trabalham no campo. “Quase nenhuma universidade oferece a disciplina de agroecologia”, afirma Leite.

Fonte: Folha de S.Paulo

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