O governo federal vai rever a tabela de fretes, mas não haverá diminuição de valores, e sim uma distribuição melhor entre os eixos dos caminhões. O objetivo, segundo o Ministro dos Transportes, é minorar os valores pagos por quem contratar o serviço.
A tabela, que será divulgada na imprensa nesta quinta-feira (7/6) e confirmada na sexta-feira no Diário Oficial da União, é fruto de intensa pressão do agronegócio, disse o analista Luiz Fernando Pacheco, da T&F Consultoria Agroeconômica.
“O governo está entre a cruz e a espada. Seu erro maior foi aceitar fazer a intervenção num mercado que era absolutamente livre. No máximo, deveria mexer no que lhe diz respeito, isto é, nos impostos (reduzindo ou eliminando) e não nos valores. Estabelecimento de um preço mínimo foi a maior besteira. Quero ver agora se livrar dessa”, afirmou o especialista.
O impasse surge porque, de um lado, os caminhoneiros ameaçaram com nova greve se mexer na tabela e, de outro, o agronegócio se torna inviável se for conservada a tabela. “Porque aumenta desmesuradamente os custos; algumas empresas, como a Bianchini no RS, já suspenderam todas as atividades. E ninguém quer pagar a conta, isto é, ninguém quer aceitar pagar mais caro. É mais ou menos como o Bolsa Família: deu uma vez, impossível tirar depois”, disse Pacheco.
“Essa tabela de fretes foi feita às pressas, sem consulta a todos os envolvidos e com erros grosseiros (como quase tudo em Brasília, feito por técnicos de gabinete que não sabiam nem quantos eixos tem um caminhão comum, nem a diferença entre carga seca e perigosa). Se a solução não vier ainda esta semana, vai quebrar muita empresa no Brasil”.
Fonte: Agrolink