Frango vivo: preços caem, mas poder de compra melhora

Os preços do frango vivo não apresentaram evolução positiva nos preços está semana. Em praticamente todas as praças de comercialização o cenário foi de queda de valor do animal vivo.

Nem mesmo o início do mês com o pagamento dos salários conseguiu modificar a dinâmica do mercado. Na opinião do analista Fernando Iglesias, da Safras & Mercado, esse cenário deve permanecer nas próximas semanas.

Segundo o levantamento de preço realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, cinco praças registraram queda de R$ 0,05 no preço de animal vivo. Percentualmente, a maior perda ocorreu no Paraná, onde a cotação saiu de R$ 2,30 para R$ 2,25/kg.

No mercado interno os frigoríficos ainda adotam a postura de cautela, realizando ajustes produtivos, para não haver excedente de oferta neste momento delicado para a demanda.“ Algumas unidades permanecem em férias coletivas e a situação tende a retornar a normalidade apenas no médio prazo”, disse Iglesias.

Segundo a Apinco, em fevereiro foram produzidos 494.4 milhões de pintos de corte, volume 8,17% inferior as 538.4 milhões de cabeças de um ano atrás. Assim, o volume acumulado no primeiro bimestre de 2017, registrou uma queda de 6,26%, com um total produzido de 1.030 bilhão de pintos de corte.

Para março, a expectativa é de novamente redução no volume produzido. Mas, esse movimento não está diretamente relacionado às repercussões negativas causadas pela operação Carne Fraca da Polícia Federal. Neste caso, a indústria estava atenta aos feriados de abril, que podem resultar em menor consumo.

Contudo, daqui para frente não é impossível descartar novos recuos da produção de pintos de corte, refletindo a cautela do setor visto as semanas de paralisações de abate.

Margem

Mas, apesar do cenário pouco animador dos preços, os avicultores contam com a melhora no poder de compra. Segundo levantamento do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), as fortes quedas do milho e farelo de soja, levaram o setor a encerrar março com a melhor relação de troca desde novembro de 2015.

“No dia 31, o produtor de aves paulista pôde adquirir 5,2 quilos do cereal ou 2,73 quilos do derivado da oleaginosa, em média, com a venda de um quilo do animal, os maiores volumes desde 30 de novembro de 2015 e respectivos aumentos de 13,9% e 1,6% no acumulado do mês”, indicou o Centro.

Enquanto o frango vivo na Grande São Paulo se desvalorizou 4,6% no balanço de março, o milho e o farelo tiveram baixas acumuladas de 16,2% e de 6,1% em Campinas (SP).

Exportações

Segundos dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), as vendas externas de carne de frango ‘in natura’ totalizaram 343 mil toneladas, contra 301 mil toneladas em fevereiro. Na média diária, o desempenho ficou 10,7% abaixo no período. Em março tivemos 23 dias úteis, contra 18 em fevereiro.

O levantamento da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) também apontou que os embarques fecharam abaixo do mesmo período do ano passado. Na carne de frango (considerando todos os produtos, entre in natura, embutidos e outros processados) a queda foi de 4,1% em março, frente ao mesmo período de 2016.

Para o presidente da Associação, Francisco Turra, “a queda nos volumes embarcados decorreu, dentre outros motivos, da retração das vendas para mercados que determinaram embargos às importações na semana seguinte à deflagração da Operação Carne Fraca”, disse em nota.

Segundo apuração, a China, maior comprador, reduziu os embarques em 30% em relação ao mesmo período do ano passado. Já Hong Kong importou 12% a menos.

>> Confira a cotação completa do frango.

 

Fonte: Notícias Agrícolas

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