Frango vivo, ovo, milho e inflação em maio de 2015

Nos últimos 12 meses a inflação brasileira – aqui representada pelo IGP-DI da Fundação Getúlio Vargas – registrou variação de 4,83%, índice bem aquém dos mais de 8% do IPCA, cujos resultados de maio estarão sendo divulgados hoje pelo IBGE.

Mesmo assim, frango vivo, ovo e até mesmo o milho permanecem longe de acompanhar esse baixo índice. Pelo contrário, seguem acumulando índices negativos, distanciando-se da inflação.

Essa distância cresce ainda mais ao se analisar a evolução de preços dos três produtos na vigência do real, isto é, desde julho de 1994. É quando se constata que, para uma inflação da ordem de 472%, os preços do frango vivo evoluíram pouco mais de 261%, os do milho menos de 248% e os do ovo apenas 184,8%.

Nesse cenário, o único fato interessante a registrar diz respeito à evolução de preços do frango e do milho nos últimos seis meses. Pois, como mostra o gráfico abaixo, a variação relativa de preços dos dois produtos vem sendo muito similar, com variações mínimas entre um e outro desde dezembro de 2014.

Traduzindo, esse comportamento indica que, independente da cotação nominal registrada pelo milho e pelo frango, prevalece entre eles a mesma relação de preços que foi observada há mais de 20 anos. Ou, em outras palavras, pelo menos no tocante ao milho, o frango vivo mantém, aproximadamente, o mesmo poder de compra registrado por ocasião da implantação do real.

Isso quer dizer que, embora decorridos 250 meses desde que o atual padrão monetário brasileiro passou a vigorar no País, o frango continua (nos últimos seis meses) adquirindo a mesma quantidade de milho. Assim, como em 1994, são necessários pouco mais de 12 kg de frango vivo para adquirir uma saca de milho.

Claro, nem sempre foi assim. Em 2012, por exemplo, houve momento em que foi preciso volume de frango vivo 65% superior ao atual para adquirir a mesma saca de milho.

 

Fonte: AviSite

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