Em novembro, após 10 meses de um comportamento de mercado totalmente anômalo (e que colocou em xeque toda a estrutura avícola brasileira), o milho voltou a registrar, em relação ao frango vivo, a mesma paridade de preços observada em 1994, quando se implantou o atual padrão monetário brasileiro, o real. Ou seja: como, comparativamente a 1994, frango vivo e milho registraram em novembro evolução de preços praticamente idêntica – frango vivo: incremento de 416,67%; milho: incremento de 417,75%, ou 1,08% a mais – o volume de frangos necessários à aquisição de uma saca de milho foi praticamente o mesmo registrado 22 anos atrás – perto de 12,8 kg de aves vivas por saca.
Já no ovo, essa paridade continua inexistindo, pois a despeito de um desempenho melhor que o do frango vivo no decorrer de 2016, o preço médio alcançado em novembro (correspondente a um incremento de 253,09%) permanece 164,66% aquém da valorização experimentada pelo milho. Assim, em enquanto em 1994 uma caixa de ovos (30 dúzias), adquiria 2,5 sacas de milho, agora adquire 1,7 saca, ou seja, quase um terço a menos. Não serve de consolação, mas de toda forma, os três produtos registram evolução inferior à da inflação (aqui tendo por base o IGP-DI da Fundação Getúlio Vargas) que, até novembro passado, acumula variação de 548,56%.
Assim, tivessem acompanhado esse índice, frango vivo, ovo e milho teriam sido comercializados no mês passado por, respectivamente, R$ 3,89/kg, R$ 124,98/caixa e R$ 49,68/saca. Mas ficaram, também respectivamente, a 79,66%, 54,44% e 79,83% de seus valores reais.
Fonte: Valor