Em agosto, o frango vivo e os ovos voltaram a perder não só da inflação, mas também de sua principal matéria-prima, o milho. Mas enquanto o frango preservava a cotação de julho, o ovo perdia preço pelo segundo mês consecutivo, retrocedendo assim a segunda menor cotação de 2018.
Uma vez que o frango vivo praticamente manteve a alta cotação alcançada em junho (como efeito da greve dos caminhoneiros), o valor alcançado no mês apresentou valorização anual de 20%. Já o ovo caminhou inversamente, sofrendo queda anual superior a 24%.
Pior, porém, quando se analisa a evolução de preços dos dois produtos na vigência do atual padrão brasileiro, o real. Pois, frente a uma inflação já próxima dos 600%, o preço do frango evoluiu 400%, ou seja, 200% abaixo da inflação.
Por seu turno o ovo, considerado o preço mais recente, apresenta evolução que corresponde a, praticamente, metade do ganho do frango, apenas 215%, e que se encontra cerca de 380% abaixo da inflação medida pelo IGP-DI.
Quer dizer: se conseguisse apenas acompanhar os índices inflacionários acumulados desde 1994, à caixa do ovo branco extra, por exemplo, estaria alcançando no atacado paulistano preço superior a R$ 130,00. Mas foi comercializada por menos da metade desse valor.
De toda forma, não custa mencionar que há pouco mais de um ano, mesmo não tendo alcançado a inflação, o preço do ovo chegou a corresponder a mais de 70% do índice inflacionário até então acumulado (mais exatamente, 73,14% em abril de 2017). Se, de lá para cá, ocorreu essa forte deterioração nos preços do produto é porque se rompeu o equilíbrio entre oferta e procura.
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