Frango: o esdrúxulo aumento de volume no 1º trimestre

Todos devem concordar que, comercialmente falando, o primeiro trimestre do ano é absolutamente antagônico ao quarto trimestre do exercício anterior. Pois enquanto a característica deste último é registrar o maior consumo do ano, nos três meses seguintes o consumo sofre profunda retração. E não só em relação à carne de frango.

Apesar disso, a indústria brasileira da carne de frango fechou o primeiro trimestre de 2017 registrando um aumento de quase 6% comparativamente ao quarto trimestre de 2016, comportamento contraditório, sabendo-se que a demanda do período (interna e externa) é significativamente menor.

Mas, neste caso, a contradição é apenas aparente. Pois, embalada pela perspectiva de recuperação e de melhores tempos, o setor iniciou o novo exercício mais otimista. Só não contava que suas expectativas fossem frustradas pela Operação Carne Fraca e por uma série de acontecimentos posteriores.

Frustrado posteriormente, o setor expandiu-se no primeiro trimestre. E quem melhor demonstrou a realidade desse crescimento foi o IBGE, ainda que números do próprio setor avícola (Apinco) já apontassem nessa direção. Porém, na Pesquisa Trimestral do Abate de Animais, abrangendo apenas os estabelecimentos de abate com inspeção (federal, estadual ou municipal), o IBGE detalha as variações ocorridas por Unidade Federativa. E seus resultados mostram que a maioria absoluta das UFs pesquisadas iniciou 2017 registrando aumento de produção em relação ao quarto trimestre de 2016.

A tabela abaixo retrata o que ocorreu no 1º primeiro trimestre de 2017 em 21 Unidades Federativas brasileiras (as seis restantes ou são “desidentificadas” por contarem com menos de três estabelecimentos inspecionados ou, então, não participam da pesquisa). Na tabela são enfocados:

1) o número de cabeças abatidas em cada UF e sua variação, absoluta e relativa, em relação ao quarto trimestre de 2016;
2) o respectivo volume de carne de frango proveniente desses abates e sua variação, absoluta e relativa, em relação ao último trimestre do ano passado;
3) por fim, e como decorrência dos dois indicadores anteriores, o peso médio, por kg, do frango abatido em cada UF pesquisada. Também aqui é indicada a variação absoluta (neste caso, em gramas) e relativa (%) em relação ao quarto trimestre de 2016.

Como se constata, o maior crescimento, tanto em cabeças abatidas, quanto em carne produzida, ocorreu no Paraná, estado líder na produção brasileira de carne de frango. Mas foram registrados crescimentos também expressivos no volume de carne em Goiás, Mato Grosso e em alguns outros estados.

Nas colunas referentes ao peso médio por cabeça abatida, os valores referentes à variação (em relação ao trimestre anterior) não têm, na atualidade, grande validade, visto que podem decorrer, apenas, da antecipação ou do retardamento do abate por um, dois ou mais dias, conforme as conveniências de mercado. De toda forma, chamam a atenção o aumento de 28% observado em Rondônia e a redução de 25% apontada na Paraíba.

É oportuno observar que os dados do IBGE correspondem muito de perto aos do próprio setor avícola. Assim, por exemplo, o Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar) aponta, para o trimestre inicial de 2017, o abate de cerca de 453 milhões de cabeças, diferença, a menos, inferior a 2% em relação ao IBGE. Já os números da Apinco (que somente projeta o potencial de produção do setor) ficaram apenas 1,2% aquém dos levantados pelo IBGE.

Notar, nesses casos, que os números do IBGE tendem, naturalmente, a ser superiores, pois envolvem, além do frango propriamente dito, também matrizes e poedeiras.

 

Fonte: AviSite

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