Analisando-se o comportamento dos quatro itens de frango exportados pela avicultura brasileira entre janeiro e setembro de 2016, conclui-se que o frango inteiro é quem mais vem afetando os resultados do setor.
Foi, por exemplo, o item que apresentou menor expansão de volume nestes nove meses. Assim, frente a um incremento de 8,18% dos cortes, de 6,11% dos industrializados e de 4,5% da carne salgada, o volume de frango inteiro aumentou menos de 3%.
No tocante ao preço alcançado, os quatro itens permanecem com resultado médio negativo. Mas a queda de preço enfrentada pelo frango inteiro (-10,62%) supera a dos cortes (-8,54%) e a dos industrializados (-3,34%). Só fica aquém da redução enfrentada pela carne salgada (-13,28%). No entanto, tal resultado tem significado mínimo, porque a participação do frango inteiro nas exportações totais é muito maior.
Isso, por sinal, fica mais claro ao analisar-se a receita cambial proporcionada por cada um dos quatro itens. A da carne salgada teve o maior índice de recuo (-9,38%), mas isso correspondeu a uma redução de receita de não mais que US$30 milhões. Já o recuo, menor (-8,14%), do frango inteiro representou US$136 milhões a menos na receita cambial da carne de frango.
Neste caso, a perda enfrentada pelos cortes de frango (-1,06%) ficou, monetariamente, muito próxima da registrada pela carne salgada – queda de US$ 32 milhões. E o único item a contribuir para uma menor queda da receita cambial foram os industrializados, cuja receita aumentou 2,56% e significou adicional de US$ 7.7 milhões.
Item que deu origem às exportações brasileiras de carne de frango em 1975, o frango inteiro vem, ano a ano, perdendo participação nas vendas externas do setor. Vinte anos após os primeiros embarques, já correspondia a pouco mais da metade (52%) do total exportado, sendo o restante composto exclusivamente por cortes de frango.
Em 2001, início deste século, essa participação já havia recuado para 42%. E agora, em 2016 (primeiros nove meses do ano) está em 31% do total exportado.
Fonte: AviSite