Analisado o quadro dos 25 principais importadores da carne de frango brasileira no primeiro semestre de 2018, se constata que ele permanece praticamente inalterado (da relação saiu apenas a Venezuela, cedendo lugar à Jordânia), mas com significativas mudanças de posição. Não entre os seis primeiros importadores, que permanecem os mesmos (Arábia Saudita, China, Japão, África do Sul, Emirados Árabes Unidos e Hong Kong). Mas quem ocupava a oitava posição um ano atrás agora surge no 24º posto: é o Egito, cujo volume importado recuou 77%.
Mas há outros retrocessos que, em volume, são ainda mais expressivos. Caso, específico, dos 25% de redução da Arábia Saudita: foram 85.000 toneladas a menos, superando a redução de 58.000 toneladas do Egito. E outras quedas relevantes se sucedem: de 15% do Japão (31.000 toneladas a menos) e de 16% de Hong Kong (20.000 toneladas a menos).
Desta vez, por sinal, a redução de Hong Kong não foi neutralizada pelo aumento das importações chinesas, como já ocorreu em algumas ocasiões anteriores. Pois ainda que a China tenha aumentado suas importações em 7,5%, o incremento em volume não chegou a 15.000 toneladas.
Mesmo assim, o mercado chinês permanece como o importador número 1 da carne de frango brasileira, pois as importações somadas de China e Hong Kong chegaram as 318.600 toneladas, superando em um terço o volume importado pela Arábia Saudita.
Dez países ascenderam a uma nova posição no grupo dos 25 principais importadores. Mas, entre eles, apenas um teve ascensão significativa: o México, que subiu do 18º para o 7º posto. Infelizmente, porém, o aumento mexicano não conseguiu neutralizar a queda de volume do grupo que, em relação ao mesmo semestre do ano passado, fechou o período com redução de 13,48%.
E uma vez que os restantes 115 importadores reduziram suas compras em 12,88%, o semestre acabou sendo encerrado com sensível queda de volume (quase 13,5% a menos), o que sugere que ocorreram, também, perdas de mercado. Certo?
Errado. Pois, neste ano, a carne de frango brasileira já chegou a 140 diferentes países, nove a mais que no 1º semestre de 2017. Camboja, Belize, Nigéria, Uzbequistão, Bangladesh, República Dominicana, Brunei, Ilhas Comores, São Martinho e Paquistão estão entre os novos importadores. E apenas cinco dos clientes de 2017 nada adquiriram no semestre passado: Montenegro, Eslovênia, Zimbábue, Indonésia e Panamá.
Como registro final, vale observar que o Brasil ainda corre o risco de perder aquele que já esteve entre seus mais importantes importadores de carne de frango: a Venezuela, que, por exemplo, quatro anos atrás, no primeiro semestre de 2014, foi o quarto principal importador do produto. Neste ano, entre janeiro e junho, a Venezuela recebeu apenas 85 toneladas de carne de frango brasileira, 99,58% a menos que no primeiro semestre de 2017.
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