Folha da Serra, Dourados Agora e Maracaju Speed: Empresas brasileiras implementam novas práticas socioambientais e de gestão

A sigla ESG, em inglês (Environmental, Social and Governance/Ambiental, Social e Governança) representa um novo modelo de práticas empresariais que tem por objetivo a conquista de elevados níveis de sustentabilidade nas áreas socioambiental e de gestão. Em setores como o agronegócio, essas práticas já são uma realidade.

Várias empresas estão se adaptando para estabelecer esse novo tipo de governança, inclusive grupos internacionais interessados em investir no Brasil.

A Ignitia, empresa sueca de meteorologia, está com um financiamento de US$ 4.2 milhões para lançar no Brasil seus serviços de apoio a tomadas de decisão, desde a preparação até a colheita da safra agrícola.

Rui Antunes, CEO da empresa, afirma que o grupo adaptou seu sistema às condições do País, em um processo que durou cerca de 18 meses, envolvendo o uso de Inteligência Artificial (IA) e Machine Learning, o que garante 84% de precisão nas previsões do tempo.

“A Ignitia fechou no Brasil uma parceria com a startup StarkSat, de monitoramento por satélite, que atende produtores em mais de três milhões de hectares. Várias empresas de energia como a Celesc, de Santa Catarina, a Raízen e outras fornecedoras de de combustíveis também estão se adaptando a esse novo sistema de governança”, informa a diretora técnica da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), Maria Helena Martins Furtado.

Novos mercados

Segundo ela, “os produtores brasileiros, que transformaram o agro no segmento mais valioso e bem administrado da nossa economia, certamente irão acompanhar e utilizar com critério essa nova forma de governança empresarial.”

Analistas afirmam que a responsabilidade com questões sociais e ambientais em todos os segmentos das cadeias agroalimentares será decisiva para a reputação e o acesso de marcas a novos mercados no exterior. Nesse contexto, ganham relevância questões como biodiversidade, trabalho, redução da pegada de carbono, boas práticas agronômicas e rastreabilidade.

Ranking

A revista Forbes publicou recentemente uma relação com 39 empresas brasileiras consideradas as melhores do mundo em capacidade de adaptação, de forma acelerada, a esse novo conceito global. “A ESG privilegia, além do retorno financeiro, os impactos positivos para a sociedade e o meio ambiente”, destaca a diretora da SNA.

A lista contempla empresas de diversos segmentos e destaca seus esforços sociais, ecológicos e de governança no mundo corporativo, levando ainda em consideração o impacto de suas experiências em outras companhias.

Das 39 citadas está a gigante de cosméticos Natura, que se destaca pelas iniciativas sustentáveis na Amazônia, e que foi eleita recentemente a marca mais forte do mundo, avaliada em U$$ 1.7 bilhões.

A Natura Cosméticos promove três iniciativas: “Amazônia Viva”, que contribui para a conservação de dois milhões de hectares da floresta amazônica, com investimentos de U$$400 milhões desde 2010; “Mais Beleza, Menos Lixo”, ações sustentáveis para gestão de resíduos, e o projeto “Cada Pessoa Importa”, que promove a diversidade e a inclusão, além de uma renda justa aos seus colaboradores.

Critérios

Maria Helena explica que as empresas, para fazerem parte do ranking ESG, devem obedecer a cinco critérios: comunidades, clientes, meio ambiente, governança e trabalhadores.

“É preciso aproveitar os recursos e as oportunidades que há nas comunidades e inserir as pessoas em boas práticas e  fontes  de trabalho. As empresas também devem ser incentivadas a colocar em primeiro plano seu comportamento  em relação às questões ambientais, sociais e de governança”, destaca a diretora da SNA.

“Investir no meio ambiente e zelar pela qualidade de vida dos trabalhadores, dando a eles uma renda justa e incentivando boas práticas nos diversos setores de atuação, também são fatores fundamentais”.
No âmbito da governança, conclui Maria Helena, “é necessário pensar que os os resultados das empresas serão afetados por questões que são fatores cruciais para o bem da  sociedade, para a manutenção do planeta e para a construção de um mundo melhor.”

Mudanças climáticas

Especialistas da área ambiental consideram as novas práticas de governança um fator de grande importância diante dos resultados de algumas pesquisas sobre mudanças climáticas no mundo.

Um estudo realizado em 2019, por exemplo, pelo Economist Intelligence Unit (EIU), divisão de Pesquisa e análise do Economist Group, mostra que o prejuízo financeiro causado pelo aquecimento global pode chegar a U$$7.9 trilhões até 2050. A pesquisa considerou as 82 maiores economias globais.

 

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