Em 2017, uma nova cultura passou a integrar a alimentação do gado de corte e de leite, e produtores passaram a introduzir o trigo na dieta dos animais. A cultivar é uma tecnologia inédita até então, já que a planta possui uma particularidade importante dos demais trigos de duplo propósito: uma espiga sem aristas.
Assim, o trigo que dificultava o consumo pelo animal, e que até provocava lesões no rúmen, agora se reverte em um alimento rico e nutritivo.
A cultivar TBIO Energia I já foi testada em mais de 120 propriedades do Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Minas Gerais e Goiás.
No Paraná, quem conta a experiência é o produtor rural Geraldo Tomazi. Ele semeou 18 hectares do TBIO Energia I em sua propriedade em Três Barras e, mesmo durante um ano de clima atípico como 2017, onde a chuva não permitiu fazer uma adubação nitrogenada adequada, a produtividade foi além da esperada.
“A qualidade da silagem ficou muito boa, não havendo seleção por parte dos animais. A prova disso é que não sobra nada quando a gente coloca o alimento no trato”, disse Tomazi.
“Para as vacas em lactação, estamos oferecendo a silagem de trigo uma vez ao dia e, nas outras duas refeições, tratamos com a silagem de milho. Já as novilhas e vacas secas, estão sendo alimentadas com 100% da silagem de trigo”.
Segundo o zootecnista da Biotrigo Genética, Ederson Henz, um dos pontos que permitiu essa introdução mais incisiva do trigo na alimentação do rebanho de corte e de leite foi a mudança que a planta alcançou com o melhoramento genético.
“O trigo oferece índices satisfatórios de proteína e energia para o bom funcionamento fisiológico do rúmen, bem como para a síntese proteica de tecidos e produtos metabolizados. No entanto, ao eliminar a arista da planta, a pesquisa trouxe maior segurança para o produtor. Há uma aceitação maior do alimento e não há rejeição. Pelo contrário, o gado se alimenta muito bem”, afirmou Henz.
Aspectos agronômicos fazem a diferença em produtividade
Para o produtor, plantar trigo exclusivamente para silagem se torna muito interessante, pois o período de semeadura ideal é entre maio e junho. Dessa forma, não compete nas áreas das culturas de verão (milho, soja, feijão).
O produtor Tomazi, que testou a cultivar nas duas últimas safras, comentou essa vantagem, garantindo que vai ampliar sua área e que seu plantel não deixará de receber trigo.
“É uma alternativa muito boa, porque no inverno a maioria das propriedades fica com a área ociosa ou então faz a cobertura com aveia. Eu plantei aveia por dois anos seguidos e não consegui colher, porque acamou tudo. Já o trigo ficou em pezinho e rendeu uma colheita excelente. Neste inverno, vou aumentar minha área”, disse.
Entre as características do pacote fitossanitário está a sanidade foliar, além de boa resistência ao acamamento, facilitando seu manejo atribuído ao bom nível de tolerância às principais doenças.
A cultivar já possui uma variedade com ciclo precoce, TBIO Energia II, ou seja, a planta foi adaptada para cultivo em regiões de clima mais quentes, como o norte do Paraná, São Paulo, Minas Gerais e Goiás. Nesses estados, o ciclo pode ser até 20 dias mais curto em comparação ao TBIO Energia I, destinada às regiões mais frias.
Show Rural 2018
Os materiais estarão expostos no Show Rural Coopavel, entre 5 e 9 de fevereiro, em Cascavel (PR). O estande da Biotrigo Genética está localizado próximo ao estande da Toyota e do pavilhão da avicultura.
Fonte: Agrolink
