Fluxo de soja melhora em parte da BR-163 após semanas de caos por atoleiros

O trânsito de caminhões carregados com soja começou a ser normalizado hoje em partes do trecho da BR-163 no interior do Pará, após obras emergenciais. Isso significou um alívio para o setor exportador, que conta com a rota do Norte para minimizar gargalos do Sul e Sudeste. No entanto, ainda há alguns pontos de filas de veículos na estrada em direção aos portos como consequência dos atoleiros que paralisaram o tráfego desde meados de fevereiro no trecho não pavimentado, em meio a intensas chuvas.

Segundo a unidade da Polícia Rodoviária Federal em Santarém (PA), que fiscaliza o trecho onde houve as retenções, o trânsito de caminhões está fluindo. “Ainda existe uma certa retenção de velocidade, mas está tudo liberado”, disse à Reuters o secretário de Transportes do Pará, Kleber Menezes.

A fila chegou a ultrapassar três mil caminhões em um longo trecho da BR-163. Os atoleiros prejudicaram o escoamento de soja colhida em Mato Grosso para os portos fluviais às margens do rio Tapajós, no distrito de Miritituba (município de Itaituba). Na quinta-feira (2), o ministro dos Transportes, Maurício Quintella, estimou que ainda havia uma fila de 1.200 caminhões na região.

O setor exportador de soja do Brasil teve prejuízo de R$ 350 milhões devido aos atoleiros e congestionamentos na BR-163, em estimativa da associação de exportadores e indústrias (Abiove). A entidade afirmou hoje que uma parte dos caminhões carregados foi liberada para seguir até as estações fluviais de transbordo de carga de Miritituba e Santarém. Porém, ressaltou a associação, ainda restam filas de veículos em alguns pontos da estrada.

O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, disse que somente as multas relativas aos 11 navios contratados que chegaram a esperar pela soja, mas que ficaram sem a carga, custaram cerca de US$ 6 milhões às tradings.

Força-tarefa

De acordo com o secretário de Transportes do Pará, no momento há formação de filas em frente aos portões dos terminais em Miritituba, com os caminhões que estavam represados nos atoleiros. Menezes estimou que até domingo a situação deve se normalizar.

“Pelo temor do atoleiro, muita carga foi reprogramada para outros portos. O fluxo de chegada de novas cargas nos pontos críticos está bem menor. Daí, se a força-tarefa seguir coesa, não penso que algo tão grave volte a ocorrer, embora durante as chuvas deva haver interrupção preventiva do tráfego”, disse o secretário, referindo-se ao trabalho das equipes do governo federal, incluindo Exército, que começaram a atuar nos trechos críticos esta semana.

O Palácio do Planalto disse hoje em nota que “policiais e militares realizam o balizamento e a sinalização da estrada a fim de desobstruir o trecho para que se iniciem os reparos necessários”.  Segundo o comunicado, “medidas de curto prazo estão sendo adotadas para tornar a rodovia trafegável”.

 

Fonte: Reuters

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp