FGV Agro: produção agroindustrial dá sinais de reação

Depois de despencar em abril, o Índice de Produção Agroindustrial Brasileira (PIMAgro) calculado pelo Centro de Estudos em Agronegócios da Fundação Getúlio Vargas (FGV Agro) deu sinais de modesta reação em maio, embora tenha voltado a registrar queda de dois dígitos em relação ao mesmo mês do ano passado.

Segundo cálculos recém-concluídos, o indicador subiu 3,80% em relação a abril, mas na comparação com maio de 2019 a queda ainda foi de 11,80%. Com isso, de janeiro a maio, a baixa comparada ao mesmo período do ano passado chegou a 6,90%.

O PIMAgro é baseado em dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM-PF) do IBGE e nas variações do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-BR), da taxa de câmbio e do Índice de Confiança do Empresário da Indústria de Transformação (ICI) da FGV.

“Embora a contratação de maio (em relação a maio de 2019) tenha sido expressiva, foi menor do que a verificada no mês anterior (16,80%), o que sugere que o mês de abril concentrou os mais duros efeitos da pandemia sobre a agroindústria brasileira”, indicou a análise do FGV Agro.

Segundo os dados compilados pelo Centro de Estudos, a queda de maio foi determinada pelas retrações de 23,90% no segmento de produtos não alimentícios e de 0,60% na área de alimentos e bebidas.

A queda no primeiro grupo voltou a ser liderada pela fraqueza da produção têxtil, que caiu 55,30% na comparação anual, seguida pelas debilidades das agroindústrias de borracha (queda de 42,40%), de produtos florestais (11%) e de biocombustíveis (9,50%). Houve altas de 1% tanto no segmento de insumos quanto no de fumo, que em abril também registraram muitos problemas.

Segundo o FGV Agro, a produção de alimentos cresceu 2,90%, graças a um novo avanço, desta vez de 16,50%, na área de produtos de origem vegetal. No caso de produtos de origem animal, foi registrada nova queda, de 9,80%.

A produção de bebidas, por sua vez, continuou desidratada em maio: a de bebidas alcoólicas recuou 8,30% em relação ao mesmo mês de 2019, enquanto a de bebidas não alcoólicas diminuiu 26,30%.

“Embora a contração acumulada pela agroindústria em 2020 seja expressiva (6,90%), é bem menos intensa que a queda da indústria geral (11,20%) e da indústria de transformação (12,30%)”, informou a FGV Agro.

“Isso ocorre também na comparação interanual. E se deve, sobretudo, à maior essencialidade dos produtos da agroindústria (principalmente produtos alimentícios) em comparação aos demais tipos de bens industriais”.

 

Valor Econômico

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp