Fazenda vertical pretende dobrar o tempo de prateleira de alimentos agrícolas

Esse ramo de produção deve triplicar seu mercado em cinco anos, saltando de US$ 3,31 bilhões em 2021 para US$ 9,7 bilhões em 2026, segundo relatório do MarketsandMarkets – Foto: Pink Farms

Produzir alimentos livres de pesticidas em larga escala na área urbana e com mínimo impacto ambiental. Esta é a proposta das fazendas verticais, um tipo de Agtech que utiliza 95% menos água no cultivo que o plantio convencional e dispensa o uso de terra.

Esse ramo de produção deve triplicar seu mercado em cinco anos, saltando de US$ 3,31 bilhões em 2021 para US$ 9,7 bilhões em 2026, segundo relatório do MarketsandMarkets, e o Brasil já está atento ao potencial dessa nova agricultura.

Foto: Arquivo Pink Farms

De acordo com Geraldo Maia, CEO da Pink Farms, maior fazenda vertical da América Latina, este formato de produção indoor, completamente automatizado, une um conjunto de tecnologias que permite controlar todas as variáveis de cultivo como a qualidade e quantidade da água, bem como da luz artificial, temperatura do ambiente, nível de CO² e umidade da produção, eliminando 100% das perdas do processo produtivo.

“Neste local, também não há troca de ar com o ambiente externo, evitando qualquer tipo de contaminação. Desta forma, é possível produzir 365 dias por ano, independente das condições climáticas. Nossos alimentos têm um sabor diferenciado, com excelente visual e não precisa ser lavado. Ele sai da estrutura onde é cultivado, é desfolhado e embalado; ampliando o tempo de prateleira, que hoje é de dez dias, mas pretendemos dobrar este período nos próximos anos”, enfatizou o CEO da Pink Farms.

Logística

Localizada no centro urbano de São Paulo, a Pink Farms afirma que esse modelo de produção permite economizar entre 90% a 95% da distância de entrega, basicamente; é o que a startup chama de last mile, processo em que o produto sai da empresa e vai direto para o consumidor, ao invés de percorrer longos trajetos até seu destino final.

Como efeitos desta atividade, têm-se a redução na produção de gases de efeito estufa com o transporte, diminuição dos riscos de contaminação, além de os alimentos chegarem com mais frescor ao consumidor.

Atualmente, a Pink Farms trabalha com produção de alface, espinafre, alguns tipos de ervas, manjericão, tomilho, salsa e estão direcionando esforços no cultivo de cogumelos. “Temos uma parte de PANCs – plantas alimentícias não convencionais; e ainda uma linha de microgreens – produtos sem raiz, como flores comestíveis. Outro mercado que estamos acelerando é a parte de cogumelos. Estamos cultivando Shiitake, Shimeji branco e preto, cogumelo Paris e Portobello”.

Mercado

Geraldo Maia explica que esta Agtech está focada no mercado interno. “A empresa está escalando agora. Hoje, atendemos o estado de São Paulo, basicamente. Entretanto, estamos com o olhar para expandir nossa atuação para outras regiões do Brasil. Éramos muito focados em varejistas como restaurantes e hotéis, mas conquistamos um expressivo mercado atacadista. Estamos esperando um salto na comercialização. Até o momento, nosso crescimento tem dobrado. Porém a expectativa é que neste ano o aumento seja de sete a nove vezes”.

Futuro

A Pink Farms tem como meta expandir os mercados para o Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre e alguns estados do Nordeste. “Nosso objetivo é ter, pelo menos, duas ou três unidades em projetos já bem lançados para 2025 e, com isso, a ampliação do nosso mercado consumidor”, finalizou Geraldo Maia.

Confira a entrevista na íntegra.

Por Larissa Machado

 

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