O Índice de Preços de Alimentos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) registrou recentemente sua quarta queda mensal consecutiva, que foi a mais acentuada desde outubro de 2008.
Em julho, o índice obteve a média de 140,9 pontos, com queda de 13,3 pontos (8,60%) em relação a junho. No entanto, ficou 16,4 pontos (13,10%) acima do nível do mesmo período do ano passado.
Segundo a FAO, as baixas mais significativas foram observadas nos óleos vegetais e nos cereais, e em menor grau em produtos como açúcar, laticínios e carnes.
Com relação aos cereais, o índice de preços registrou média de 147,3 pontos em julho, com queda de 19,1 pontos (11,50%) em relação a junho, mas ainda 21 pontos (16,60%) acima de seu valor de julho de 2021.
Já os preços internacionais dos grãos tiveram recuo de 11,20%, mas permaneceram 12,10% acima dos preços de 2021.
Cenário
“As perspectivas dos preços dos alimentos para a população, no sentido de baixa, começaram a melhorar. As quedas do índice da FAO devem continuar acontecendo e em breve isso vai refletir no Brasil”, disse o diretor da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), Marcos Fava Neves.
“O País teve uma redução no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA), e do total de alimentos considerados nesse levantamento, alguns já tiveram seus preços reduzidos, principalmente os hortícolas”.
Para o diretor da SNA, “com a valorização do real; o preço do petróleo em queda; diesel, fertilizantes e defensivos mais baratos e a produção chegando, vamos começar a diminuir os preços dos alimentos no Brasil, contribuindo, cada vez mais, para controlar a inflação e disponibilizar produtos a custos mais razoáveis para os consumidores”.
IBGE
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA de julho foi de -0,68%, a menor taxa registrada desde o começo da série histórica, iniciada em janeiro de 1980. No mês anterior, o índice registrou 0,67%.
No grupo de Alimentação e Bebidas, considerando o segmento de alimentação no domicílio, os maiores recuos de preços vieram do tomate (-23,68%), da batata-inglesa (-16,62%) e da cenoura (-15,34%), que contribuíram conjuntamente com -0,12 pontos percentuais.
Ainda segundo o IBGE, o segmento de alimentação no domicílio acelerou de 0,63% em junho para 1,47% em julho. O maior impacto positivo no índice do mês (0,22 pontos percentuais) ficou por conta do leite longa vida (25,46%), cujos preços já haviam subido 10,72% no mês anterior.
Além disso, os preços de alguns derivados, como o queijo (5,28%), a manteiga (5,75%) e o leite condensado (6,66%) também subiram, contribuindo para o resultado observado no mês. Outro destaque foram as frutas, com alta de 4,40% e impacto de 0,04 pontos percentuais no IPCA de julho.