Farelo de soja têm alta de mais de 50% em 2016 e é a commodity que mais subiu

O farelo de soja foi a commodity que mais subiu até este momento em 2016. O derivado já acumula uma alta de 54% neste ano, segundo um levantamento da Bloomberg, e como explicam os analistas, esse avanço é um reflexo claro do expressivo aumento do consumo global do produto – e de proteína animal, que também possui um mercado bastante firme. Além disso, a atenção dos fundos ao farelo veio intensificar ainda mais esse movimento.

O cenário da safra 2015/16 da Argentina também tem seu espaço na subida das cotações, que bateram seus maiores níveis em dois anos na sessão desta terça-feira (31) na Bolsa de Chicago. Segundo analistas, com o buraco que a Argentina, que é o maior produtor e exportador mundial do produto, pode deixar na oferta mundial do subproduto após as perdas registradas nesta temporada, as especulações se intensificaram.

Além das perdas de volume da produção argentina, a colheita ficou atrasada e os grãos de soja perderam qualidade de forma bastante severa, fatores que poderiam comprometer a chegada dessa oferta ao mercado. A projeção da Oil World é de que as perdas na safra local tenha sido de 5 milhões de toneladas.

“Isso abriu uma janela extra aos EUA para repor o ‘volume que a argentina perdeu. A competitividade da Argentina caiu na mesma medida em que a dos EUA subiu. Aqui no Brasil, a quebra da safra e a comercialização acelerada, além dos prêmios altíssimos praticados no mercado interno também permitiram maior visibilidade aos americanos”, disse Andrea Cordeiro, analista da Labhoro Corretora.

O mercado do farelo de soja na CBOT, tradicionalmente, acompanha a movimentação do grão. Porém, nos últimos pregões o que se observou foi uma performance ainda melhor das cotações do derivado em sua alta. De janeiro ao início de junho, o primeira vencimento subiu 54,84%, enquanto a soja em grão acumula uma alta de 33,64%.

Reuters

Os últimos números do USDA indicam que na temporada 2016/17, tanto a produção quanto o consumo globais de soja devem bater seus recordes. A demanda, no entanto, poderia aumentar em um ritmo ligeiramente maior do que o consumo o que poderia, portanto, reduzir a relação de estoques-uso em cerca de 5% pela primeira vez em seis anos.

No centro das atenções, como não poderia deixar de ser, está a China. A nação asiática lidera a indústria mundial de suínos e, portanto, lidera também o consumo global, com 29% do total, de acordo com a Reuters. Ao mesmo tempo, a China é ainda a maior esmagadora global de soja, com mais 29% de participação no mercado.

Dessa forma, o país não importa praticamente nada do produto, já que, diante de sua demanda e do parque de indústrias esmagadoras que possui, ainda é mais vantajoso e mais barato importar soja em grão e processá-la internamente.

Fonte: Notícias Agrícolas

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp