FAO: índice de preços de alimentos reverte dois meses de queda e sobe 3,10% em agosto para 127,4 pontos

O Índice de Preços de Alimentos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) alcançou média de 127,40 pontos em agosto, com alta de 3,90 pontos (3,10%) em relação a julho, revertendo dois meses seguidos de queda. O resultado mensal, segundo a FAO, foi impulsionado por aumento expressivo nos subíndices de açúcar, óleos vegetais e cereais.

O índice de preços dos cereais registrou média de 129,80 pontos em agosto, com aumento de 4,30 pontos (3,40%) em relação ao mês anterior e de 30,80 pontos (31,10%) acima do registrado em agosto de 2020.

Segundo a organização, entre os cereais, os preços internacionais do trigo foram impulsionados pelas perspectivas de colheita reduzida nos principais países exportadores, enquanto o milho registrou um ligeiro recuo na Argentina, União Europeia (UE) e Ucrânia, que compensaram os efeitos das estimativas mais baixas no Brasil e nos Estados Unidos.

As cotações do sorgo também cederam em agosto, assim como os preços internacionais do arroz, que mantiveram trajetória de queda. Segundo a FAO, perspectivas de produção de cevada mais baixas, especialmente no Canadá e nos EUA, e as repercussões do aumento dos preços do trigo, elevaram os valores internacionais da cevada acima dos níveis de um ano atrás.

Óleos vegetais

O levantamento mensal da FAO também apontou que o índice de preços dos óleos vegetais registrou média de 165,70 pontos em agosto, com aumento de 10,30 pontos (6,70%) em comparação a julho, e se recuperou de cinco meses consecutivos de queda. “A recuperação do índice reflete principalmente valores mais firmes para os óleos de palma, de colza e de girassol”, destacou a entidade.

As cotações internacionais do óleo de palma continuaram subindo bastante em agosto, em virtude da menor produção nos principais países produtores e reduções de estoque na Malásia. A FAO acrescentou que a demanda global mais aquecida e a menor disponibilidade de mão de obra forneceram um apoio adicional aos preços do óleo.

“Os preços internacionais do óleo de colza também subiram acentuadamente, principalmente por conta da demanda mais forte na UE, diante de perspectivas de redução da oferta global. Quanto ao óleo de girassol, as cotações internacionais se firmaram após cair por dois meses consecutivos, principalmente por problemas com exportações na região do Mar Negro antes da chegada das safras de 2021/22 ao mercado”, informou a FAO.

Carnes

Na sondagem mensal do órgão das Nações Unidas, o índice de preços das carnes apresentou média de 112,50 pontos em agosto, o que indica leve alta em relação ao mês anterior e também 20,30 pontos (22%) acima de seu valor no mês correspondente do ano passado.

Segundo a FAO, no mês de agosto, as cotações internacionais das carnes ovina e bovina subiram, refletindo a demanda em alta, principalmente da China, e a restrição da oferta de animais para abate na Oceania. Os preços da carne de frango também aumentaram, informou a entidade.

“(Isso reflete) a forte demanda e a limitação de produção em alguns dos principais países exportadores por causa dos altos custos de insumos e escassez de mão de obra”.

Em contraste, os preços da carne suína caíram em virtude da diminuição contínua nas compras da China e da fraca demanda interna na UE em meio a um leve aumento na oferta de suínos para abate.

Laticínios

O índice de preços de laticínios, por sua vez, registrou média de 116 pontos em agosto, ligeiramente abaixo de julho, porém 13,90 pontos (13,60%) acima do mesmo mês do ano passado.

Em agosto, as cotações internacionais de leite em pó caíram, refletindo a demanda mais fraca da importação global por suprimentos spot combinada com o aumento sazonal das disponibilidades de exportação na Oceania na nova temporada de produção.

“Em contraste, as cotações do queijo subiram, sustentadas pelo aumento da demanda interna e pela redução da oferta na Europa, compensado por uma ligeira queda nos preços na Oceania em virtude do aumento da produção. Os preços da manteiga também aumentaram, diante da alta demanda de importação do Leste Asiático”, destacou a organização.

Açúcar

A FAO informou ainda que o índice de preços do açúcar ficou, em média, em 120,10 pontos em agosto, com alta de 10,50 pontos (9,60%) em relação a julho, alcançando o nível mais alto desde fevereiro de 2017 e marcando o quinto aumento mensal consecutivo.

“A alta se dá, principalmente, por preocupações com os danos causados pelas geadas às safras do Brasil, o maior exportador mundial de açúcar, adicionando ao impacto negativo das condições de tempo prolongado de seca no País. Os ganhos foram limitados por uma queda nos preços do petróleo e uma desvalorização do real brasileiro em relação ao dólar norte-americano”, ressaltou a entidade.

Entretanto, segundo a FAO, as boas perspectivas de produção na Índia e na UE também contribuíram para limitar as pressões altistas sobre os preços internacionais do açúcar.

 

 

Fonte: Broadcast Agro

Equipe SNA

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