No primeiro dia do 14º Congresso de Agribusiness, promovido pela Sociedade Nacional de Agricultura, nos dias 7 e 8 de novembro, no Rio de Janeiro, Alan Bojanic, representante no Brasil da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO/ONU), assinou um convênio com o presidente da SNA, Antonio Alvarenga, para o desenvolvimento de atividades conjuntas com o objetivo de difundir informações e ações voltadas para a agricultura e, por consequência, para o agronegócio de forma mais ampla.
Durante sua palestra, Bojanic destacou a importância do Brasil como um dos maiores produtores de alimentos do mundo e a cooperação com países que passam pelo que vem sendo chamado de “insegurança alimentar”. “Uma em cada quatro pessoas na África, por exemplo, não consome quantidade suficiente de alimentos para sua sobrevivência. Por outro lado, houve uma diminuição nos níveis de insegurança alimentar, mas muitos homens, mulheres e crianças ainda passam fome no mundo”, disse o representante da FAO.
Mesmo com a queda do número de famintos no mundo, 842 milhões ainda passam fome e, por isso, ele lamentou o fato de que 30% da produção mundial de alimentos deve se perder, principalmente por causa de mudanças climáticas que estão modificando a situação das lavouras. “A agricultura tem que se adaptar, porque a segurança alimentar do futuro terá que vir do aumento da sua produtividade. E as tecnologias são fundamentais em busca de melhorias no campo”, ressaltou Bojanic.
De acordo com o palestrante, Estados Unidos, Austrália, Rússia e Ucrânia, por exemplo, são grandes celeiros da produção de alimentos, mas não para a agricultura tropical. “O Brasil detém a centralidade, porém precisa investir mais em tecnologia, assistência técnica e transmissão de conhecimentos”, afirmou.
Para atender à demanda por alimentos no planeta, a produção terá de aumentar 20% até 2020, informa Bojanic. “O Brasil poder vir a contribuir com até 40% deste crescimento. Em todo o mundo, devemos investir 83 bilhões de dólares em agricultura, até porque países do Sudeste e Sul da Ásia e países da África não terão condições de produzir quantidade suficiente de alimentos.” A meta da FAO é ter um milhão de toneladas a mais de alimentos até 2050 e, para isso, reforçou o representante da entidade, “o Brasil terá um papel fundamental”.
Por equipe SNA/RJ