A produção agrícola mundial crescerá em média 1,5% ao ano na próxima década, mais lenta em comparação com o crescimento anual de 2,1% entre 2003 e 2012, apona relatório divulgado nesta quinta-feira (6) em Roma pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) e pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO).
Uma expansão reduzida das terras agrícolas, a alta dos custos de produção, a crescente escassez de recursos e o aumento das pressões ambientais figuram entre os fatores que determinaram esta tendência, explicaram em uma nota conjunta as duas entidades internacionais.
O relatório sustenta, no entanto, que a oferta de produtos básicos agrícolas crescerá ao ritmo da demanda mundial e espera-se que os preços se mantenham no médio prazo em níveis elevados.
O documento, que tem o título de “Perspectivas Agrícolas OCDE-FAO 2012-2013”, prevê que os preços “permanecerão acima da média histórica no médio prazo”, tanto para os produtos agrícolas quanto para os pecuaristas, “devido à combinação de uma produção lenta e de uma maior demanda, incluindo de biocombustíveis”, sustenta o comunicado divulgado em Roma pela FAO.
Segundo os especialistas, “a agricultura se converteu em um setor cada vez mais orientado em direção ao mercado, em contraposição à orientação política que teve no passado, oferecendo, assim, aos países em desenvolvimento importantes oportunidades de investimento e de benefícios econômicos”.
Também ressaltam que devido à crescente demanda de alimentos o potencial de expansão da produção é elevado com suas vantagens relativas.
Apesar disso, os déficits de produção, a volatilidade dos preços e as perturbações no comércio “continuam sendo uma ameaça para a segurança alimentar mundial”, advertem as duas organizações.
“Enquanto as reservas de alimentos nos principais países produtores e consumidores continuarem sendo baixas, o risco de volatilidade dos preços é elevado”, afirmaram.
Os especialistas advertem que “uma seca generalizada, como a de 2012, unida às baixas reservas de alimentos, poderia aumentar os preços mundiais de 15% a 40%”.
A nota afirma que a China, com um quinto da população mundial, um alto crescimento de receita e uma rápida expansão no setor agroalimentar, “terá uma grande influência nos mercados mundiais”.