Falta de acesso a crédito afeta venda de insumos

No processo de compra de insumos agrícolas, a maior parte dos produtores rurais consegue crédito de duas formas: através das cooperativas ou direto com a indústria. Por conta de uma questão legislativa os distribuidores não têm acesso aos recursos do Plano Safra para oferecê-los ao agricultor e este é um dos principais gargalos elencados pelo setor de distribuição em um ano de fluxo de caixa mais restrito.

Ontem (17), durante o quinto Congresso da Associação Nacional de Distribuidores de Insumos Agrícolas e Veterinários (ANDAV), representantes do segmento se reuniram para a divulgação de uma carta que será encaminhada ao governo com os principais pleitos do setor. O secretário da Agricultura de São Paulo, Arnaldo Jardim, se comprometeu em atuar como intermediário para que as solicitações cheguem ao Ministério da Agricultura.

No manual do crédito rural está estabelecido legalmente que as cooperativas podem intermediar o acesso ao crédito. Porém, nós entendemos que, no Brasil, não existem cooperativas em todos os estados e quando o produtor não consegue o acesso ao recurso, ele precisaria conseguir por meio de nós, distribuidores, explica o presidente do conselho diretor da ANDAV, Carlos Henrique Nottar.

Conforme publicado no DCI, muitos produtores têm recorrido ao fornecimento de insumos direto com a indústria, mesmo que estivessem sujeitos a arcar com taxas de juros mais altas que as convencionais estabelecidas pelo Plano Safra. A ausência de alternativas no mercado, como o crédito vinculado às distribuidoras, colabora para que este tipo de medida seja tomada pelo setor produtivo e, para o executivo, reduz a competitividade do distribuidor em relação à cooperativa.

Nottar ainda destaca que o segmento já procurou as instituições financeiras, mas como se trata de uma questão quase legislativa, nada pode ser feito, daí a ideia de buscar apoio com representantes e políticos do agronegócio.

Seguro rural

Outro grande pleito está relacionado ao seguro rural. Em geral, muito se discute sobre a falta de informações para a restruturação do sistema de subvenção vigente, no entanto, o diretor do grupo BBMapfre e presidente da Comissão Técnica de Seguros Agrícolas, Wady Cury, acredita que falta integração das informações produzidas por entidades como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

De acordo com a avaliação do diretor, a interação das informações que já existem colaborariam para a formulação de um seguro mais sustentável, visto que a potencialidade agrícola do País exige cobertura adequada.

Precisamos de padronização com normas técnicas para o monitoramento da previsão do tempo. Admitimos que haja uma meia culpa em relação às necessidades do produtor. Hoje já conseguimos ofertar 75% de cobertura a produtores de grãos no Mato Grosso, por exemplo, mas precisamos adequar os produtos, completa.

 

Fonte: DCI

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