As exportações brasileiras de produtos agropecuários totalizaram em outubro US$ 14.27 bilhões, informou o Ministério da Agricultura, em nota. O valor é recorde para o mês e 6,20% superior ao obtido no mesmo mês do ano passado, o equivalente a um aumento de US$ 840 milhões sobre os US$ 13.43 bilhões registrados um ano antes. O setor representou 48,40% dos embarques totais do País no último mês, em comparação com 45,20% de outubro de 2023.
O resultado positivo da Balança Comercial foi impulsionado, em grande parte, pelo aumento do volume exportado de 3,70%, e da alta do índice de preços dos produtos embarcados de 2,50%, informou o Ministério.
“Se olharmos para o volume de produtos exportados, o Brasil só vem aumentando. Se observarmos os dados de janeiro a setembro de 2024, nossas exportações caíram 0,20%, mas, com os dados até outubro e com o aumento de 6,20% que tivemos, já revertemos a tendência e, hoje, de janeiro a outubro, o agro está crescendo 0,30% em relação ao mesmo período do ano passado”, indicou o Secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, em nota. “O nosso agronegócio representa basicamente metade de tudo o que o Brasil exporta”, pontuou.
Segundo a nota técnica da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais (SCRI) da Pasta, os principais produtos exportados no último mês foram complexo soja (soja, farelo e óleo), carnes, complexo sucroalcooleiro, produtos florestais, café, cereais, farinhas e preparações. Juntos, que representaram 82,70% de tudo o que foi exportado pelo agronegócio brasileiro no último mês, equivalente a US$ 11.80 bilhões em receita.
O desempenho das exportações do agronegócio de outubro foi impulsionado pelo aumento no volume embarcado de açúcar de cana em bruto (+ 1 milhão de toneladas), farelo de soja (+ 452.560 toneladas), celulose (+ 423.430 toneladas) e carnes (+ 190.670 toneladas), destacou o Ministério.
Em relação ao valor exportado, houve aumento na receita gerada pelas exportações de vários produtos, como carnes (+ 38,60% totalizando US$ 2.62 bilhões), açúcar (+ 14,50% totalizando US$ 1.763 bilhão) e café (+ 61,10%, totalizando US$ 1.397 bilhão), o que compensou a queda na receita das exportações do complexo soja (- 22,80%, para US$ 3.031 bilhões) e do milho (- 33,50%, para US$ 1.250 bilhão).
O Ministério ressaltou, ainda, o aumento no valor exportado do suco de laranja, algodão não cardado nem penteado, bovinos vivos, feijões secos, óleo essencial de laranja. “Estes produtos foram responsáveis por uma expansão de US$ 362.01 milhões nas exportações de outubro de 2024 em comparação com outubro de 2023”, indicou a Pasta.
Entre os destinos, a China se manteve como a principal importadora de produtos do agronegócio brasileiro em outubro, seguida pelos Estados Unidos e Alemanha. Os embarques brasileiros para a China, contudo, diminuíram 28,50% em outubro, com a receita recuando para US$ 3.50 bilhões, o equivalente a US$ 1.39 bilhão a menos exportado para o país asiático. A queda nas vendas reduziu a participação da China de 36,40% para 24,50% em um ano.
“A queda nas exportações da soja em grão (- US$ 1.06 bilhão) e do milho (- US$ 730.73 milhões) explicam a queda das vendas para a China. Em compensação, houve um aumento nas exportações de outros produtos: carne bovina in natura (US$ 723.24 milhões + 32%); celulose (US$ 609.53 milhões + 120%); açúcar de cana em bruto (US$ 182.42 milhões + 74,50%)”, explicou a Secretaria na nota técnica.
Em outubro, o País desembolsou um valor recorde de US$ 1.771 bilhão com as importações de produtos agropecuários, aumento de 29% em relação ao mesmo mês de 2023.
Os principais produtos agropecuários importados pelo Brasil no último mês foram trigo (US$ 136.77 milhões + 68,90%); papel (US$ 92.64 milhões + 24,40%); malte (US$ 87.05 milhões -2,90%); salmões (US$ 80.90 milhões + 16,20%); azeite de oliva (US$ 57.77 milhões – 1,30%); arroz (US$ 57.57 milhões + 7,70%); leite em pó (US$ 55.29 milhões – 4%); vinho (US$ 52.59 milhões + 6,10%); óleo de palma (US$ 50.35 milhões + 133,60%).
De janeiro a outubro, as exportações do agronegócio brasileiro totalizaram US$ 140.02 bilhões, aumento de 0,30% em relação ao mesmo período do ano passado. “Esse recorde foi fortemente influenciado pelo aumento do volume embarcado, que subiu 6,60%. Por outro lado, o índice de preços registrou uma queda de 5,90%, o que reduziu a possibilidade de se atingir um valor ainda mais expressivo nas exportações”, indicou a Secretaria. Já a participação do agronegócio nas exportações brasileiras recuou levemente de 49,30% nos dez meses de 2023 para 49,20% no acumulado até outubro deste ano.
Juntos, complexo soja (US$ 50.33 bilhões), carnes (US$ 21.49 bilhões), complexo sucroalcooleiro (US$ 16.60 bilhões), produtos florestais (US$ 14.30 bilhões) e café (US$ 9.75 bilhões) representaram 80,30% das exportações do agronegócio brasileiro entre janeiro e outubro de 2024.
As importações de produtos agropecuários aumentaram 17,20% nos dez meses do ano em relação ao mesmo período do ano anterior, para US$ 16.241 bilhões, equivalente a 7,30% do total importado pelo País no período. Em contrapartida, o valor desembolsado com as importações de insumos utilizados na produção agropecuária diminuiu na comparação anual, totalizando US$ 11.39 bilhões (- 6,50%) de importações de fertilizantes e US$ 4.39 bilhões (- 4,60%) de importações de defensivos.
O superávit da Balança Comercial do setor foi de US$ 123.776 bilhões, abaixo dos US$ 125.754 bilhões no mesmo período de 2023.