Exportações do agronegócio brasileiro deverão totalizar US$ 120 bilhões em 2021

Por Mauro Zafalon

As exportações do agronegócio se encaminham para encerrar o ano em US$ 120 bilhões. Será a terceira vez em que o setor acumulará uma receita superior a US$ 100 bilhões. Em 2020, foram US$ 101 bilhões.

A Balança Comercial da agropecuária teve boa evolução no ano, não tanto pelo volume exportado, mas pelos preços praticados no mercado externo. A demanda continuou firme para todo o conjunto dos principais produtos comercializados pelo País.

O agronegócio registrou vários recordes neste ano, mas o grande destaque é o complexo da soja, que compõe as exportações de grãos, farelo e óleo de soja. As receitas deste ano atingiram US$ 48 bilhões, bem acima dos US$ 35 bilhões do ano passado.

Esse é um setor cujo volume exportado não teve grandes variações, mas a evolução dos preços foi acentuada. Mesmo com a entressafra brasileira, as exportações foram firmes nos últimos meses deste ano, apesar de ser um período de fim de safra nos Estados Unidos.

Carnes

O mesmo ocorre com as carnes, que vão fechar o ano com um recorde de US$ 20 bilhões, apesar da suspensão chinesa para a proteína bovina de setembro a meados deste mês.

O rebanho de suínos dos chineses não teve uma reposição como a esperada pelo país. Com isso, a China teve de manter as importações de proteínas para atender a demanda interna acima do previsto.

Os chineses vinham comprando um volume recorde de carne bovina brasileira nos primeiros meses do segundo semestre, quando ocorreram os dois casos de vaca louca atípica, e as negociações entre China e Brasil foram suspensas.

A demanda chinesa por carne suína, a principal proteína consumida no país asiático, se manteve firme, o que vai possibilitar ao Brasil superar 1.1 milhão de toneladas exportadas neste ano. Os chineses ficaram com metade desse volume.

As exportações totais de carne de frango atingem 4.5 milhões de toneladas, com receitas de US$ 7.5 bilhões. A China, embora tenha reduzida as compras, deve ficar com 15% do volume exportado pelo Brasil.

Outros produtos

O terceiro grande grupo das exportações é o dos produtos florestais, que somam US$ 13.7 bilhões neste ano, bem acima dos US$ 11.4 bilhões do ano anterior. A demanda externa por madeira, principalmente pela matéria-prima em bruto, foi grande.

O setor sucroalcooleiro voltou a registrar um bom volume de receitas, somando US$ 10.2 bilhões, mas a evolução foi pequena em relação a 2020, quando a demanda internacional por açúcar foi muito grande. Neste ano, os preços tiveram forte evolução.

O setor de café, também devido à demanda externa e à menor oferta em vários países produtores, registrou preços elevados, o que permite ao Brasil chegar ao fim do ano com receitas de US$ 6.3 bilhões.

Já o milho foi um dos poucos produtos que tiveram um desempenho bem abaixo do das previsões iniciais. Se estimava a exportação de um volume próximo das 40 milhões de toneladas, mas, devido à seca que afetou a safrinha, as vendas externas ficam 20 milhões de toneladas abaixo do esperado.

A seca que afetou a safrinha fez o País produzir 20 milhões de toneladas a menos do cereal, obrigando as indústrias do setor a importar volumes elevados.

 

 

Fonte: Folha de S. Paulo

Equipe SNA

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