Mesmo com o ritmo de comercialização da safra de soja abaixo da média dos últimos cinco anos, as exportações da oleaginosa nos sete primeiros meses de 2023 são recorde, com aproximadamente 72.46 milhões de toneladas embarcadas.
O bom desempenho nas vendas ao mercado internacional acontece em meio a maior produção do grão já registrada no Brasil.
Segundo o último levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) foram colhidas 154.6 milhões de toneladas na safra 2022/23.
“A alta no volume exportado é influenciada pela maior demanda chinesa pelo grão. Segundo o Departamento Alfandegário da China (GACC), as importações do país asiático entre os meses de janeiro a julho totalizaram 62.30 milhões de toneladas, volume 15% superior ao do mesmo período de 2022″, indicou o analista da Conab, Leonardo Amazonas.
Segundo ele, os agricultores brasileiros venderam 80,93% do volume importado pela China até o momento, o que representa 50.42 milhões de toneladas, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
Cenário positivo aos embarques
Apenas em julho, as exportações de soja totalizaram 9.70 milhões de toneladas. No último mês, os prêmios de portos foram positivos, o que ajudou no escoamento do grão.
Além disso, os preços internacionais da oleaginosa registraram valorização, influenciando a alta das cotações praticadas no mercado doméstico.
Apesar da alta de 6% de um mês para o outro, os preços estão 27% menores que os registrados em julho de 2022.
“Esse aumento nas cotações mensais no mercado externo é explicado pelos problemas climáticos dos Estados Unidos. O USDA reduziu a produtividade norte-americana e produção para a safra 2023/24 passa a ser de 114.45 milhões de toneladas, a menor desde a temporada 2020/21″.
Ainda assim, segundo ele, a estimativa de produção mundial para a temporada 2023/24 ainda é recorde e segura maiores altas de preços. “Por outro lado, os baixos estoques norte-americanos devem dar suporte aos preços internacionais no próximo mês”, indicou Amazonas.