De janeiro a agosto de 2022, as exportações de milho totalizaram quase 18 milhões de toneladas. Em comparação com o volume do mesmo período do ano anterior, cerca de 10 milhões de toneladas, o aumento representa quase 79,30% e sinaliza um cenário positivo no comércio exterior com o Brasil.
Segundo o diretor-executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), Glauber Silveira, o ritmo das exportações brasileiras está aquecido por, principalmente, dois fatores: a retração nos Estados Unidos e a diminuição da produção na Ucrânia, em decorrência da guerra com a Rússia, o que influenciou diretamente a alta demanda internacional.
Quando se compara as vendas externas em agosto deste ano com o mês anterior, se percebe continuidade na tendência exportadora, com aumento de 81,80% em relação a julho de 2022.
“É um momento muito positivo para o milho. Temos uma oportunidade enorme de expansão no Brasil no mercado interno e externo”, disse Silveira, destacando ainda que todo o mercado está de olho no País para a próxima safra. “Temos uma redução nos principais países produtores de milho. Apenas o Brasil deve crescer em produção na safra 2022/23”.
Estimativa
A produção brasileira deve aumentar de 112 milhões para 126.9 milhões de toneladas, segundo a estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a safra 2022/23.
O crescimento da produção se deve ao incremento da primeira safra, saindo de 25 milhões para 28.6 milhões de toneladas, e um recorde de produção da segunda safra, que aumenta de 85.6 milhões para 96.2 milhões de toneladas (12,40%). Já a terceira safra terá um pequeno recuo de 2.1 milhões para 1.9 milhões de toneladas.
O presidente institucional da Abramilho, Otávio Canesin, disse que a produção brasileira depende bastante da segunda safra de milho. “Ela responde por 80% da produção. Se o clima for favorável e a incidência de doenças causadas pelo ataque de cigarrinhas não for determinante, temos esta expectativa de aumento em 12% para o próximo ano”.
Estados
A previsão de crescimento é de 7,20% em Mato Grosso, passando de 41.6 milhões para 44.6 milhões de toneladas; 17,20% no Paraná, de 16.4 milhões para 19.2 milhões de toneladas; 33,30% em Goiás, de 9.7 milhões para 12.9 milhões de toneladas; 18,40% em Minas Gerais, de 7.6 milhões para 9 milhões de toneladas, e de 99% no Rio Grande do Sul, de 2.9 milhões para 5.7 milhões de toneladas.
O Estado de Mato Grosso do Sul terá uma queda de 8,70%, de 12.1 milhões para 11.1 milhões de toneladas.