
As exportações brasileiras de carne bovina registraram crescimento expressivo em março deste ano, com embarques que totalizaram 248 mil toneladas, alta de 13,1% em relação a fevereiro e de 30,2% na comparação com março do ano passado. Os dados são da Secretaria de Comércio Exterior (Secex/MDIC), compilados pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC).
Em faturamento, o desempenho também foi positivo, as vendas externas somaram US$ 1,17 bilhão no mês, avanço de 12,8% frente a fevereiro e de 39,6% na comparação com março de 2024. O setor teve papel de destaque entre os que mais contribuíram para o superávit da balança comercial no período.
A carne in natura seguiu como a principal categoria exportada, respondendo por 86,8% do volume e 89,7% do faturamento no mês. Também se destacaram os aumentos nas exportações de tripas (+37,3% em volume e +36,3% em valor) e produtos salgados (+35,7% em volume e +34,6% em valor), em relação a fevereiro. As categorias industrializadas e miúdos também cresceram acima de 9% no volume exportado.
Principais destinos
A China manteve a liderança como principal destino da carne bovina brasileira, com 97,3 mil toneladas embarcadas – o que corresponde a 39,2% do volume total – e US$ 463,8 milhões em faturamento (39,4%). Os Estados Unidos continuam ganhando relevância, com um aumento expressivo de 56,3% no volume (42,1 mil toneladas) e 53% em valor (US$ 225,5 milhões) em relação ao mês anterior. Outros mercados com crescimento significativo em volume no mês de março foram a Rússia, com alta de 81,5% nas toneladas exportadas (de 4.494 para 8.155 t), Israel (+48,6%, de 3.334 para 4.954 t), Filipinas (+38,2%, de 4.076 para 5.631 t) e México (+30,7%, de 4.421 para 5.777 t).
Evolução trimestral
No acumulado de janeiro a março deste ano, as exportações totalizaram 676 mil toneladas (+12,8%) e geraram US$ 3,22 bilhões em receita (+22,1%).
Os dez principais mercados no trimestre foram China (284,6 mil toneladas; 42,1% do total exportado), Estados Unidos (88 mil toneladas; 13,0%), Chile (30,5 mil toneladas; 4,5%), Hong Kong (24,1 mil toneladas; 3,6%), União Europeia (22,4 mil
toneladas; 3,3%), Argélia (21,3 mil toneladas; 3,1%), Rússia (19,5 mil toneladas; 2,9%), Egito (18,3 mil toneladas; 2,7%), Arábia Saudita (14,6 mil toneladas; 2,2%) e México (13,3 mil toneladas; 2,0%).
Os estados que mais exportaram carne bovina no trimestre foram São Paulo, com 145 mil toneladas, responsável por 21,7% do total exportado pelo País, seguido do Mato Grosso (137 mil toneladas e 20,5% do total), Goiás (80,8 mil toneladas e 12% do total), Mato Grosso do Sul (74,3 mil toneladas e 11,1%) e Rondônia (61,9 mil toneladas e 98,3%).
“Os resultados registrados em março e no trimestre refletem não apenas a competitividade e a qualidade da carne bovina brasileira no mercado internacional, mas também a eficiência de toda a cadeia produtiva, desde o campo até a indústria exportadora. É fundamental destacar que apenas cerca de 30% da produção nacional é destinada à exportação, com cortes, em sua maioria, distintos dos consumidos no mercado interno. Esse processo, além de preservar o abastecimento doméstico, representa uma importante fonte de divisas para o país, contribuindo fortemente para a geração de emprego, renda e desenvolvimento econômico por todas as regiões brasileiras”, afirmou Roberto Perosa, presidente da ABIEC.