Exportação é alento para cooperativas do Paraná

As exportações são um alento em 2017 para as cooperativas do Paraná, segundo maior estado produtor de grãos e um dos maiores de carnes de frango e suína do país.

Segundo números preliminares divulgados pelo Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar), o faturamento conjunto dos 220 grupos que a entidade representa fechará o ano em R$ R$ 70.6 bilhões, R$ 1.3 bilhão mais que em 2016. Da receita total prevista, o agronegócio deve representar 83%.

Em um ano marcado por pressão sobre as cotações dos grãos, merece destaque o aumento das vendas de carne de frango ao exterior. Segundo José Roberto Ricken, presidente do Sistema Ocepar, “o setor de carnes foi o que ainda deu algum resultado neste ano”.

Isso, segundo ele, mesmo com os efeitos negativos da operação Carne Fraca, deflagrada em março, que gerou embargos temporários às carnes brasileiras. Somando-se todos os produtos, as exportações das cooperativas do Paraná deverão fechar 2017 em US$ 2.6 bilhões, um aumento de 28,1%.

Apesar dos preços retraídos, o aumento do volume de grãos movimentado pelas cooperativas paranaenses também colabora para sustentar a receita do grupo. Na safra 2016/17, o volume tende a aumentar cerca de 20% em relação ao ciclo 2015/16, para 27 milhões de toneladas. Mas, se por um lado esse incremento colabora com o faturamento, por outro amplia os gastos com armazenagem.

Na Cocamar, com sede em Maringá, esses gastos sobem 5% em 2017 em relação a 2016. São 450.000 toneladas acima da capacidade da cooperativa. “Usamos até armazenamento que é utilizado para açúcar. Tinha gente alugando apartamento para colocar soja aqui no Paraná”, disse Divanir Higino, presidente da cooperativa.

Com capacidade para armazenar 1.2 milhão de toneladas, a Cocamar está investindo de R$ 140 milhões para ampliar em 320.000 toneladas sua capacidade até a colheita da safra de inverno do ciclo 2017/18. Apesar do aumento de custos, a cooperativa deve fechar o ano com receita próxima de R$ 4 bilhões – 8% mais que em 2016.

Também para expandir sua capacidade, a Lar Cooperativa Agroindustrial, terceira maior do Paraná, com sede em Medianeira, investiu ao redor de R$ 100 milhões neste ano. A Lar deverá fechar 2017 com faturamento de R$ 5.1 bilhões e crescimento de 6,3% sobre 2016.

Mas, mesmo com a ampliação dos investimentos, o problema de falta de armazéns poderá se repetir no ciclo corrente, já que ainda há cerca de 10.2 milhões de toneladas de soja e milho colhidos em 2016/17 estocadas no Paraná, tomando como base dados de comercialização do Departamento de Economia Rural do estado (Deral).

“Não existe espaço suficiente para receber a safra de verão”, disse Alfredo Lang, presidente da segunda maior cooperativa do Paraná, a C.Vale, com sede em Palotina. A cooperativa deverá fechar o ano com faturamento de R$ 7 bilhões, pouco acima dos R$ 6.8 bilhões de 2016 e muito abaixo dos R$ 8.1 bilhões previstos. “A nossa meta agora é esquecer este ano e chegar aos R$ 8.1 bilhões em 2018”, afirmou Lang.

A Coamo, maior cooperativa agropecuária do Paraná e da América Latina, sediada em Campo Mourão, e que não quis conceder entrevista, deverá faturar R$ 11.5 bilhões em 2017, mesmo patamar do ano passado.

Segundo números da Ocepar, a capacidade de armazenagem foi ampliada em um milhão de toneladas em 2017, considerando todas associadas, mas ainda há um déficit de seis milhões de toneladas. Para 2018, os associados planejam investir R$ 2.3 bilhões. “Parte disso deve ir para armazenagem”, disse o presidente do Sistema Ocepar.

 

Fonte: Valor Econômico

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