A Associação Brasileira da Indústria de Óleos Vegetais (Abiove) elevou suas estimativas para a produção de soja e para a receita das exportações da matéria-prima e seus derivados (farelo e óleo de soja) em 2016.
Em relatório mensal divulgado ontem, a entidade passou a prever a colheita do grão nesta safra 2015/16 em 99.7 milhões de toneladas, 1.2 milhão de toneladas a mais que o calculado em fevereiro e volume 2,8% superior ao do ciclo 2014/15, até agora um recorde.
No cenário traçado pela Abiove, boa parte dessa maior oferta será destinada às exportações. Os embarques do produto foram ajustados para 55.3 milhões de toneladas, um recorde de 800.000 toneladas maior que o estimado no mês passado e volume 1,8% mais elevado que o registrado na temporada passada.
Outra parte do aumento da colheita alimentará os estoques finais, que agora estão estimados em 2.731 milhões de toneladas do grão, 4,9% acima de 2014/15.
A previsão da Abiove para o volume de soja que será processado para a produção de farelo e óleo em 2016 foi mantida em 40.7 milhões de toneladas, mas houve mudanças também nos quadros dos derivados.
No caso do farelo, a projeção para o consumo doméstico em 2016 “ganhou” 200.000 toneladas e foi a 15.7 milhões de toneladas, ainda 2% menos que em 2015. Já a estimativa para as exportações “perdeu” 200.000 toneladas e caiu para 15.2 milhões de toneladas, um aumento de 2,7% em igual comparação.
Com relação ao óleo, o consumo interno em 2016 ficou 100.000 toneladas menor (6.5 milhões de toneladas, 0,3% menos que em 2015) e as exportações aumentaram 100.000 toneladas (1.5 milhão de toneladas, ainda em queda de 9,9% em relação ao ano passado).
As alterações promovidas pela Abiove no quadro das exportações “engordaram” a previsão para a receita dos embarques totais do chamado “complexo soja” (inclui grão, farelo e óleo). A entidade passou a estimar, no total, US$ 25.331 bilhões em 2016, US$ 306 milhões a mais que o estimado em fevereiro. Mesmo assim, a queda em relação a 2015 chega a quase 10%.
Apesar dos aumentos dos volumes de grão e de farelo que deverão ser destinados ao mercado externo em 2016, a tendência de baixa dos preços desses produtos – e também do óleo – no mercado internacional ainda fala mais alto e prejudica a receita dessas vendas.
Se confirmada, será a terceira retração anual consecutiva da receita dos embarques do “complexo”. O Brasil lidera as exportações globais de soja em grão.
Fonte: Valor Econômico