As exportações de soja brasileira para a China aumentaram 154% no último mês de fevereiro, segundo dados divulgados pelo Departamento de Alfândega do país asiático. A disparada nas compras ocorre na esteira da chamada “guerra fria comercial” que os chineses vêm travando com o governo norte-americano de Donald Trump.
“Este aumento expressivo e repentino das exportações brasileiras de soja se seguiu ao debate entre os Estados Unidos e a China, no qual os chineses estão dando preferência para a compra de soja brasileira em retaliação às sanções impostas pelos americanos”, diz o analista Luiz Fernando Pacheco, da T&F Consultoria Agroeconômica.
“Ao mesmo tempo, os prêmios pagos pela soja brasileira estão situados em níveis recordes, os mais altos dos últimos 12 anos”.
O especialista lembra que, em retaliação a um segundo anúncio de sanções de US$ 60 bilhões contra diversos produtos, a China impôs US$ 3 bilhões em sanções aos produtos americanos. No entanto, Pacheco observa que os chineses deixaram a soja de fora porque o país não consegue se abastecer integralmente no mercado internacional sem a participação dos EUA.
“Contudo, tradings chinesas estão procurando produtos alternativos para a ração animal, para compensar a redução das importações de soja americana”, afirma Pacheco.
Em números gerais, as exportações semanais de soja brasileira acumularam 7.052.570 toneladas. O resultado ficou 204,2% acima do mês anterior, embora tenha permanecido 3% abaixo do mesmo mês do ano passado. A estimativa do mercado era de 8.712 milhões de toneladas.
Fonte: Agrolink