Exportação da soja brasileira mira o mercado chinês

‘O que vai balizar o mercado da soja são as viariáveis preço, qualidade e logística’, afirma Hélio Sirimarco, vice-presidente da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA). Foto: Divulgação

O acordo firmado entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da União Europeia, Jean-Claude Juncker, por enquanto não deve afetar a comercialização da soja do Brasil. A negociação entre os EUA e a UE, que estabeleceu tarifa zero para produtos americanos importados pelo bloco europeu, deve resultar em um aumento das vendas dos EUA.

Uma coisa, porém, é certa: as exportações da soja do Brasil se concentrarão, cada vez mais, para a China, que historicamente é o maior comprador do produto brasileiro. “Não tem nada demais o fato de os europeus buscarem soja mais barata e os chineses concentrarem ainda mais as suas compras no Brasil”, afirma Hélio Sirimarco, vice-presidente da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA).

Segundo ele, EUA e UE, no comércio de soja, tem uma relação antiga. “O que vai balizar o mercado da soja são as variáveis preço, qualidade e logística”, afirma o vice-presidente da SNA. “O simples fato de reduzir a tributação não é um determinante.”

Sirimarco lembra que a estimativa do governo chinês para o ano comercial 2018/2019, que começa em 1º de setembro próximo, é de importar 93.8 milhões de toneladas de soja. Esse volume representa uma redução de 2% (1.8 milhão de toneladas) em relação à estimativa inicial, que era de 96 milhões de toneladas.

Segundo notícia divulgada hoje (1/8) pela Reuters, as exportações da soja americana para a União Européia cresceram 283%, alcançando 360 mil toneladas nas cinco primeiras semanas da comercialização da safra 2018/2019.

Para analistas, o incremento foi causado pela forte queda dos preços da soja em junho, quando a China parou de comprar a soja norte-americana em retaliação a medidas comerciais adotadas pelo governo Trump. No período, os embarques do Brasil para a UE caíram 28,6% na mesma comparação, para 514.000 toneladas.

Este ano, o Brasil deverá exportar 73 milhões de toneladas de soja, segundo o Mapa. Foto: divulgação 

OS EMBARQUES

Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), com base nos dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Secex/MDIC), de janeiro a junho deste ano, o Brasil exportou 35.9 milhões de toneladas de soja em grão para a China, o que representou 77,5% de todo o volume exportado no período. Para a UE, foram exportadas no mesmo período quatro milhões de toneladas ou 8,6% do total.

“Em todo ano passado, 79% da soja exportada pelo Brasil foi destinada ao mercado chinês. A União Europeia foi o segundo maior importador da soja brasileira, com 7,6% do total”, lembra Sirimarco. Em 2016, a proporção foi de 71% das exportações de soja para a China e de 9,8% para a UE.

Para esse ano, a previsão é de que os embarques brasileiros de soja alcancem 73 milhões de toneladas. Deste total, de 75% a 80%, deve ser destinado ao país asiático. “Nosso problema continua sendo a logística, que foi agravada com o tabelamento do frete”, diz o vice-presidente da SNA. “O mercado está travado e isso é preocupante.”

 

Equipe SNA/SP

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