EUA x China: negociações serão retomadas na próxima semana; soja em foco

A promessa de que China e Estados Unidos iriam manter suas conversações e negociações em torno de suas relações comerciais após a visita de uma delegação norte-americana à nação asiática está sendo mantida. Na próxima semana, a visita será retribuída e uma equipe chinesa visita a Casa Branca.

À frente da missão deverá estar a principal autoridade econômica da China, o Vice Primeiro Ministro, Liu He, considerado o braço-direito do presidente Xi Jinping em assuntos econômicos. E esse novo encontro acontece após uma série de ameaças de tarifação de bilhões de dólares por parte de ambos os países, os quais configuram as duas maiores economias do mundo.

As discussões começaram quando Donald Trump acusou a China da utilização de práticas desleais de comércio, e agora tenta negociações diretas com o presidente chinês. “O presidente tem um ótimo relacionamento com o Presidente Xi. E estamos trabalhando em algo que achamos que será ótimo para todos”, disse a secretária de imprensa da Casa Branca, Sarah Sanders, neste início de semana.

As disputas têm alimentado os rumores de uma guerra comercial entre as duas nações, uma vez que há a possibilidade de taxação dos EUA em cerca de US$ 150 bilhões em produtos importados, enquanto a ameaça da China é de que estão na mira produtos que somam US$ 50 bilhões.

Há especulações de que algumas medidas, caso um acordo não seja firmado nos próximos dias, já sejam implementadas e colocadas em prática no final de maio. Todavia, as expectativas ao redor desse novo encontro já tem dado suporte, inclusive, aos preços da soja na sessão desta terça-feira (8/5) na CBOT, já que a relação dos dois países sobre a commodity é um dos principais pontos de discussão.

“Se um acordo for firmado, os EUA voltam a exportar soja para a China, reduzindo a eventual alta dos prêmios no Brasil”, disse o analista Matheus Pereira, da AgResource Mercosul. Entretanto, lembra ainda que, nesse momento, o cenário segue favorecendo a soja brasileira.

Como Pereira, “o embate comercial é bem mais favorável para o Brasil no curto e longo prazo. A imposição tarifária chinesa sobre a soja norte-americana colocaria um quadro de sustentação dos preços físicos no Brasil bastante duradouro”.

Para o analista, essa falta de consenso entre chineses e americanos poderia, inclusive, dar início, até mesmo, a um novo ciclo de preços para a oleaginosa brasileira, com uma agressiva demanda se concentrando na América do Sul.

“Já tivemos o ciclo dos R$ 40,00 aos R$ 50,00 por saca (no interior do País e mercado disponível), dos R$ 50,00 ao R$ 60,00 e hoje estamos vivenciando o intervalo de R$ 60,00 a R$ 70,00, entrando nos R$ 80,00. A implementação de uma barreira tarifária para a soja norte-americana poderia colocar estes patamares acima dos R$ 80,00”, disse o analista.

 

Fonte: Notícias Agrícolas

Com informações da AFP e do Financial Times. 

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