EUA freiam compra de carne do Brasil no auge

Os Estados Unidos frearam as importações de carne “in natura” do Brasil bem no momento em que os brasileiros começavam a acelerar as exportações para aquele país.

Liberadas no segundo semestre de 2016, as vendas externas de carne “in natura” para os americanos começaram fracas no começo deste ano, mas, a partir de março, tomaram ritmo mais forte.

Em junho, antes de os americanos frearem as importações do produto brasileiro, as vendas externas de carne “in natura” para os Estados Unidos atingiam 2.510 toneladas. O período inclui os 16 primeiros dias úteis do mês.

A proibição do produto brasileiro no mercado dos EUA surpreendeu as empresas brasileiras, que estavam com pelo menos uma centena de contêineres no mar em direção à América do Norte.Os americanos vinham aumentando a participação no volume de carne “in natura” exportada pelo Brasil. Neste mês, ficaram com 3,3% da carne desse tipo exportada pelo Brasil, contra 2,8% de janeiro a maio deste ano.

As vendas brasileiras para o mercado americano têm limites, no entanto. Mesmo que os Estados Unidos voltem a liberar as importações do produto brasileiro, os exportadores nacionais disputam uma cota máxima de 64.800 toneladas com outros países exportadores para os EUA.

O governo americano informou, nesta segunda-feira (26/6), que já foram preenchidas 36.900 toneladas dessa cota.

As 2.510 toneladas de carne “in natura” vendidas pelo Brasil nos EUA renderam US$ 11 milhões. De janeiro a junho, o volume sobe para 14.000 toneladas, no valor de US$ 60 milhões, conforme dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior).

Apesar do volume pequeno de compra desse tipo de carne pelos americanos, o fechamento do mercado afeta muito os brasileiros.

O preço médio pago pelos Estados Unidos foi de US$ 4.400,00 a tonelada, o terceiro maior entre os importadores. Holanda e Itália lideraram, com US$ 8.042,00 e US$ 6.463,00, respectivamente.

As exportações totais de “carne in natura” somam 79.000 toneladas neste mês, com receitas de US$ 332 milhões no período. Hong Kong e China lideram as compras do produto brasileiro.

Carne Fraca

O freio dos americanos colocado nas importações de carne brasileira volta a manchar a imagem do produto brasileiro, o que já havia ocorrido na Operação Carne Fraca, em março.

O Brasil teria muito a perder, no entanto, se o governo dos Estados Unidos atender ao pedido dos produtores americanos para que o país feche as porteiras para toda a carne brasileira.

Os Estados Unidos lideram as importações de carne industrializada do Brasil. Neste mês, já pagaram US$ 17 milhões por esse tipo de carne. Essas importações representam 47% do que o Brasil exportou no mês.

Recuperação

As exportações de carnes melhoraram neste mês, em relação a maio. As vendas externas médias de carne suína subiram 26% no mês. As de carne bovina aumentaram 20%, e as de frango, 8%.

Por Mauro Zafalon

 

Fonte: Folha de S. Paulo

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