EUA e China retomam conversas sobre guerra comercial e os mercados reagem

Se a semana começou com o noticiário internacional mais morno sobre a questão da guerra comercial entre China e Estados Unidos a situação mudou nesta terça-feira com a volta das conversas entre os líderes dos dois países. Os efeitos instantaneamente já começam a ser sentidos nas commodities, especialmente as agrícolas e, no início da tarde de hoje, os contratos futuros da soja chegaram a subir mais de 3% na Bolsa de Chicago, levando os preços de volta à casa dos US$ 9,00 por bushel.

Segundo informações da Bloomberg, os representantes da Secretaria do Tesouro dos EUA, Steven Munchin, e o vice primeiro ministro chinês Liu He voltaram a se encontrar para conversas privadas, em uma forma de buscar retomar suas negociações.

Segundo fontes ouvidas pela Bloomberg, que pediram para manter seu anonimato, afirmam ainda que os cronogramas específicos e os assuntos todos que serão discutidos nestas novas conversas ainda não foram definidos, porém, o que pode ser adiantado é que há um consenso entre os líderes de que mais negociações têm de acontecer.

Com os dois lados se recusando a ceder, as conversas entre China e Estados Unidos estava paradas há semanas e são retomadas às vésperas de uma nova onda de tarifações por parte dos EUA sobre as importações chinesas na casa dos US$ 16 bilhões que podem entrar em vigor nesta quarta-feira (1º de agosto).

A reação do mercado financeiro também é imediata. Nos Estados Unidos, e mundo a fora, os principais índices acionários sobem, bem como as bolsas de valores. Entre as commodities, apenas o petróleo e o trigo recuavam, enquanto as metálicas subiam lideradas pelo cobre, com ganhos de mais de 1%, tal qual as agrícolas, com a soja na ponta, já que é um dos principais assuntos na pauta de discussão.

A sinalização do fim dessa disputa entre as duas maiores economias do mundo, mesmo que ainda no campo dos rumores, tem sido sempre bem recebida pelos mercados.

As bolsas espelham as ações futuras das empresas e as ações das empresas, por sua vez, espelham as expectativas para a economia. Se isso acontece, se vimos essa alta, é porque o mundo acredita que essa guerra comercial tem potencial para esfriar o crescimento econômico mundial e que o fim dela tem o potencial para ajudar o crescimento econômico mundial, disse o economista chefe da Farsul, Antônio da Luz em entrevista ao Notícias Agrícolas nesta terça-feira. E todos precisamos de um bom crescimento econômico mundial, inclusive o produtor brasileiro de grãos. Ele precisa dos 6% de crescimento da China, completou.

Analistas internacionais, por sua vez, chamam a atenção para o alcance dessas notícias. A informação de que as conversas voltaram a acontecer está aí, mas a questão é quem são as pessoas que estão realmente envolvidas nessas negociações e o quanto isso é substancial, disse Jason Browne, investidor chefe da FundX Investment Group, de São Francisco, nos EUA, em entrevista à Reuters.

 

Fonte: Notícias Agrícolas

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