Os impactos negativos que a Operação Carne Fraca teve sobre as exportações foram controlados e o comércio com os Estados Unidos não foi afetado, constataram especialistas. Para Bill Westman, vice-presidente do Instituto de Carnes da América do Norte (Nami), as autoridades do Ministério da Agricultura deram respostas positivas ao governo dos EUA e, com isso, não houve impacto na venda de carnes para o País. Segundo ele, os casos revelados pela Polícia Federal não mostraram um risco à segurança no sistema de produção para exportação do Brasil.
“Infelizmente, fraudes podem ocorrer em qualquer lugar do mundo, como na França ou até mesmo aqui [EUA]. Mas não estamos preocupados com o nível de qualidade da carne brasileira”, disse Westman, acrescentado que o produto é bem controlado do ponto de vista sanitário no país e que os americanos ampliaram o nível de inspeções.
Também durante debate sobre a agricultura brasileira no Wilson Center, em Washington, o embaixador Roberto Jaguaribe, presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), criticou a atuação da PF na operação. “Eu não acho que existe um país no mundo em que a PF seja tão independente como no Brasil. Mas esse episódio mostra que, às vezes, eles não usam tão bem a independência que possuem”, disse.
Fonte: Valor