Etanol amarelo: governo quer viabilizar álcool de milho no Centro-Oeste

A produção de etanol de milho entrou no foco do governo, que já deu aval a quatro novos projetos que terão financiamentos do BNDES.
Neri Geller, ministro da Agricultura, diz que a pasta trabalha com várias ações e que a evolução desse setor é importante para viabilizar o avanço da produção de milho no país e aumentar o valor agregado do cereal.

Os novos projetos estão localizados no Centro-Oeste, a nova fronteira na produção de milho. Sem incentivo para uma industrialização do produto, a produção na região cairá devido às dificuldades de escoamento. “Essas ações são necessárias para que haja uma sustentabilidade econômica da atividade”, diz o ministro.

Além do incentivo à produção de etanol de milho, o governo busca também facilitar a comercialização do cereal por meio de contratos de opções, melhoria na logística e abertura de novos mercados para agregação de valor.

Um dos entraves até agora no apoio do governo a esse setor eram os acordos internacionais na área de segurança alimentar. A viabilização da produção de etanol de milho permitirá ao país utilizar o excedente de produção para o combustível.

Além disso, boa parte dos resíduos irá para a alimentação animal, setor em que o país ganha corpo no mercado externo, segundo Geller.
O milho utilizado na produção de etanol não competiria com o destinado à alimentação porque o país tem espaço para a agregação de novas áreas de plantio.

Esse aumento de espaço viria principalmente das áreas de pastagens subutilizadas.

Se o país agregar mais tecnologia na produção e adubar aqui como se faz nos Estados Unidos, poderá elevar em muito a área de plantio, de acordo com o ministro.

A posição do ministério é um alívio para os produtores, que viam falta de apoio do governo na produção de milho de etanol devido a acordos internacionais na área de segurança alimentar.

O tema é importante e deve estar presente nas discussões diárias, mas o governo tem de se posicionar com firmeza diante deles, segundo o ministro. E acordos que não são bons para o produtor estão sendo revistos.

“Um dos passos foi fornecer crédito para esses projetos, o que já está sendo feito por meio do BNDES”, afirma. A política do governo para o setor sucroenergético tem sido criticada, no entanto, pelos produtores do combustível proveniente de cana.

 

Fonte: Folha de S.Paulo

 

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