Estudo analisa densidade básica da madeira de eucalipto

Laerte Scanavaca Júnior, pesquisador da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna, SP) e José Nivaldo Garcia, professor da Esalq/USP analisaram aspectos da densidade básica da madeira do eucalipto. O procedimento é considerado importante pois reflete o desempenho silvicultural e tecnológico, de fácil determinação e baixo custo. O eucalipto é o gênero mais plantado no mundo porque tem crescimento rápido e se adapta aos mais diferentes tipos de solos e clima.

O trabalho avaliou as influências climatológicas na densidade básica em função do melhoramento genético. Foram selecionadas três espécies: o Eucalyptus grandis, bastante melhorado; o E. urophylla, medianamente melhorado e o E. camaldulensis, praticamente selvagem. “Fizemos uma revisão nas principais revistas científicas”, explica Laerte. “Foram selecionados 351 trabalhos com E. grandis, 147 com E. urophylla e 85 com E. camaldulensis. Os dados foram tabulados e correlacionados com a densidade básica”.

Esta característica quantitativa tem forte controle genético e varia com o ambiente e com o genótipo. Deste modo, os fatores ambientais diminuem sua influência em função do melhoramento genético sofrido pela espécie. Além disso, a densidade é importante para caracterizar madeiras utilizadas para os mais diversos fins, com suas características físicas e mecânicas.

Segundo os pesquisadores, há um aumento da densidade básica com a idade, à medida que a árvore envelhece – reflexo das mudanças nas dimensões das fibras, maior comprimento e espessura da parede. Isso só não aconteceu no E. grandis, e para os dados climatológicos, tanto na origem como nas procedências, não houve correlação alguma em função da manipulação genética da espécie.

No E. Urophylla, a origem influenciou mais que as procedências. A longitude foi a característica que mais influenciou, em função das precipitações que diminuem de Oeste para Leste. No E. camaldulensis todos os dados climatológicos não se correlacionaram em função da ampla distribuição geográfica da espécie na origem e o grau de melhoramento da espécie. Neste caso, procedências do deserto foram misturadas com as da costa, que recebe mais de 1700 mm de precipitação.

O trabalho foi apresentado durante o congresso Novos Tempos na Pesquisa, Transformação, Liderança e Inovação, realizado de 20 a 22 de setembro, no Centro de Energia Nuclear na Agricultura, na Esalq/USP.

 

Fonte: Embrapa

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