A exploração mineral na Amazônia tem um efeito negativo para o setor agrícola, avalia o presidente da Sociedade Nacional de Agricultura, Antonio Mello Alvarenga. Em evento no Rio, o representante do agronegócio mencionou problemas de imagem sofridos pela mineração com as recentes tragédias envolvendo barragens como as de Mariana e Brumadinho, em Minas Gerais, que podem acabar dificultando a entrada do agronegócio na Amazônia.
“A exploração mineral tem que ser muito mais pensada e bem equacionada, porque destrói. A agricultura, se feita com planejamento, constrói”, disse ele. “É errado botar garimpo em terra indígena. Acho até que tem que parar com esse negócio de criar mais terras indígenas, mas fazer um liberou geral nas terras indígenas também não é bom”, disse, mencionado a destruição da região de Alta Floresta (MT) pelo garimpo ilegal décadas atrás.
Durante o Encontro Nacional de Comércio Exterior (Enaex), nesta quinta-feira, ele defendeu a exploração “consciente” da biodiversidade do bioma amazônico pelo setor agrícola.
Para Alvarenga, há críticas exageradas no exterior sobre qualquer tipo de atuação na região, o que, segundo ele, é prejudicial em um contexto em que consumidores do mundo inteiro querem comprar produtos sustentáveis e com responsabilidade social. “O Brasil pratica isso, mas tem uma imagem muito ruim”, disse.
Lei Kandir
Questionado sobre as discussões em torno da extinção da Lei Kandir, Alvarenga afirmou que a bancada ruralista é “muito atuante” e vai brigar para “corrigir eventuais avanços que queiram fazer contra o agronegócio brasileiro”. Mais cedo ele afirmara que isso teria um efeito devastador para o setor agrícola, reduzindo sua lucratividade e investimentos. A alteração significaria a taxação maior de exportações do agronegócio.