Especialistas confirmam inserção concreta do agro no mercado internacional e projeção otimista para 2021

“Em ano de condições atípicas, o agro vem respondendo muito bem aos desafios impostos pela pandemia, com índices de produção positivos em volume, qualidade e sustentabilidade. Este é um cenário atual, que projeta a inserção cada vez maior de nosso setor no mercado internacional”. A afirmação foi do presidente do Sistema Famasul, Mauricio Saito, durante transmissão ao vivo do MS Agro 2020, realizado nesta quarta-feira.

“Os produtores fazem a ‘tarefa de casa’ para atender proativamente à demanda específica deste período. O campo segue na busca por conhecimento e inovação, pensando lá na frente. Ao mesmo tempo em que registramos queda de área para a agropecuária, tivemos um aumento considerável no volume de proteína produzida. A capacidade de empreender do produtor rural e a inovação garantem a entrega de produtos com qualidade”, disse Saito, que mediou o debate entre os especialistas.

O coordenador do Centro Insper Agro Global, Marcos Jank, conduziu a primeira palestra do evento. “É importante olhar as questões internacionais sob a ótica dos interesses de cada região, considerando um ano atípico no qual o agro se saiu bem comparado a outros setores da economia. Tivemos a inserção internacional do agronegócio”.

Segundo Jank, em 2020 o Brasil vai exportar US$ 103 bilhões, recorde para o País. “Nunca chegamos a este número. Isso se deve aos bons resultados das safras agrícolas, ao vetor dinâmico real que é o consumo da população asiática, à produção do agro que não parou, ao auxílio entregue pelo governo, logística que funcionou bem. O potencial é imenso, mas é preciso trabalhar de forma coerente”.

Cenário

O especialista reforçou que o País tem 15 milhões de hectares de áreas com integração e existem formas de expandir a agricultura de forma sustentável. “Destacamos a integração de MS com os portos de Santos e Paraná. É uma revolução que está acontecendo neste momento, com um bom modelo regulatório”, disse.

Para o sócio consultor da MS Agro, Alexandre Mendonça de Barros, ministrante da segunda palestra, o País vive um momento raro. “Uma combinação muito exótica de eventos que proporcionaram preços em real muito elevados”.

“Há cinco meses, os preços em dólar caíram bruscamente com a pandemia, quando houve uma ruptura na distribuição de alimentos, já que restaurantes fecharam. Toda a demanda se voltou aos canais do varejo que não conseguiram dar conta do fluxo agressivo. Isso aconteceu nos Estados Unidos, na Europa e também aqui no Brasil”, explicou Barros.

A projeção para 2021 é de possibilidade de preços ainda mais elevados. “No Brasil temos os desafios de efeitos climáticos como a La Niña e questões econômicas e, do outro lado do mundo, temos uma gigante (China) fazendo variadas aquisições, de diferentes países”, observou o consultor.

“Sendo assim, o contexto é de pressão na produção. Estamos em um cenário muito positivo, com vista na construção de preços que refletem no futuro. Será um ano fantástico para formação de números, para pecuária de corte e grãos”.

 

Fonte: Famasul

Equipe SNA

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