Escola de agroecologia é sucesso entre pequenos produtores da Baixada Fluminense

A equipe da Emater-Rio em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, tem se destacado na formação, em agroecologia, de pequenos produtores da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. A agroecologia é uma concepção da agricultura que tem como base o manejo sustentável dos sistemas produtivos, utilizando os recursos naturais disponíveis de forma racional. Conhecida como “Escolinha de Agroecologia”, a iniciativa da Comissão Pastoral da Terra (CPT) e da empresa de extensão rural fluminense contabiliza neste ano a décima turma a receber capacitação em agroecologia, beneficiando vários municípios da região, em especial os da Baixada Fluminense.

Para a produtora Rosângela Machado, do município de Japeri, a escolinha foi muito importante para ampliar sua visão sobre agricultura. “Depois de ter feito o curso em 2012, busquei influenciar meu marido para os cuidados da lavoura. Hoje, ele usa bem menos agrotóxico, e eu o ajudo cada vez mais”, conta ela, que investe em olericultura e é beneficiária do Programa Rio Rural, da secretaria estadual de Agricultura do estado do Rio de Janeiro. Rosângela lembra ainda que a escolinha de agroecologia representa uma oportunidade para a implementação de práticas mais sustentáveis no campo. “Na zona rural, o acesso à informação é mais difícil. Um curso como esse nos mostra métodos alternativos para termos uma melhor qualidade de vida”, destaca.

A escolinha promove encontros quinzenais às sextas-feiras, de março a dezembro, para turmas de 60 alunos, renovadas anualmente. “O público prioritário são pequenos agricultores, mas há também uma participação, em menor número, de ambientalistas, estudantes e técnicos de ciências agrárias”, informa Mariella Rosa, agrônoma e extensionista da Emater-Rio responsável pela coordenação do curso. Este ano, além de Rosângela Machado, outros três beneficiários do Rio Rural estão entre os alunos.

Conteúdo transformador no campo e na cidade

Entre os principais temas apresentados aos cursistas durante o ano estão manejo ecológico do solo e da lavoura, compostagem orgânica, uso de leguminosas para fixação de nitrogênio no solo, visão crítica sobre o uso de agrotóxicos e métodos alternativos de controle de pragas, sistemas agroflorestais, segurança alimentar, entre outros. Além disso, os alunos recebem treinamento prático em propriedades rurais para aplicação dos conceitos abordados.

Segundo Mariella Rosa, os efeitos do aprendizado dos agricultores que participam da escolinha vão além das suas propriedades rurais – que passam a adotar práticas mais sustentáveis ambientalmente – e se estendem aos consumidores da Baixada Fluminense. “A grande maioria dos alunos se torna naturalmente multiplicadora em suas comunidades. O impacto é bastante sentido nos produtos das Feiras das Roças de Nova Iguaçu, Japeri e Queimados, que contam com muitos alunos e ex-alunos entre seus feirantes”, informa a extensionista.

Histórico

Em 2007 e 2008, a “Escolinha de Agroecologia” era coordenada pela CPT da Baixada Fluminense e consistia em um ciclo de palestras sobre temas diversos ligados à agroecologia. Em 2009, a Emater-Rio passou a ser uma das coordenadoras da escolinha. “Na ocasião, a escolinha se transformou realmente em um curso, com sequência e progressão de conteúdos, e não apenas um ciclo de palestras. As aulas teóricas passaram a ser ministradas no centro de Nova Iguaçu, o que facilitou o acesso de agricultores não só do município como também de cidades do entorno”, conta Mariella Rosa.

A escolinha já obteve reconhecimento pela importância da formação oferecida.Em 2009, recebeu o prêmio do Fórum Cultural da Baixada Fluminense, na categoria Meio Ambiente; e em 2010 o prêmio ambiental do CREA-RJ (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro).

Para George Nascimento, piscicultor e floricultor de Nova Iguaçu que frequentou a turma formada em 2015, a existência de cursos como esse é fundamental para os produtores rurais. “A escola fornece uma visão abrangente, com alternativas e métodos do universo da produção rural que muitas vezes não sabemos. Essa iniciativa deveria ser cada vez mais ampliada porque nos ajuda a viver de uma forma mais saudável”, conclui.

 

 

Fonte: Assessoria de imprensa/Programa Rio Rural

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