Esclarecimento acerca do custo do frango levantado pelo CEPEA/ESALQ/USP

Diante das dúvidas levantadas por internautas em relação ao custo do frango levantado pelo CEPEA (vide “COE da avicultura sobe 2,4% no primeiro quadrimestre de 2016”), o AviSite consultou aquela unidade da USP e, através do Engenheiro Agrônomo Marcos Debatin Iguma, integrante do Projeto “Custos de Produção – Suínos, Aves e Ovos” da ESALQ/USP, recebeu os seguintes esclarecimentos:

“Nossos cálculos para custos de produção de aves e suínos envolvem apenas os itens que são de responsabilidade do produtor, dentro do modelo de integração vertical, ou seja, itens como ração, transporte de animais vivos, custos de abate e armazenamento de carcaças, medicamentos, vacinas e assistência técnica, que são responsabilidade da agroindústria (=integradora=indústria=frigorífico), não entram no cômputo. A intenção deste projeto, em parceria com a Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) é avaliar a saúde da atividade para o produtor rural e não para a produção de 1 kg de frango, por exemplo.

“Neste caso, quando falamos do Custo Operacional Efetivo (COE) da avicultura integrada, nos referimos aos desembolsos correntes do produtor, ou seja, gastos administrativos, mão de obra (contratada, terceirizada, diaristas), combustíveis, vestimenta e proteção individual, energia elétrica, insumos para aquecimento (carvão, lenha, etc.), insumos para cama de frango (maravalha, serragem, etc.), itens de limpeza e desinfecção dos galpões e eventual controle de pragas.

“Por outro lado, nossas análises do mercado de frango apontam, sim, uma alta expressiva nos custos de produção recentemente. Os elevados patamares de preços dos grãos (milho e farelo de soja), principais componentes da ração das aves impactaram fortemente na produção nacional. Este fenômeno foi melhor explicado a partir do 4º parágrafo da referida publicação. Tal fenômeno, somado ao custo com combustíveis e reajuste do salário mínimo nacional deixou os diversos players da cadeia avícola nacional receosos”.

Fonte: AviSite
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