CNA defende atuação junto a parlamentares indecisos para aprovar pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff
Entidade mobiliza a vinda de milhares de produtores a Brasília para acompanhar votação no próximo domingo
O vice-presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), José Mário Schreiner, defendeu, nesta terça-feira (12/4), um trabalho intenso de mobilização para convencer os parlamentares indecisos a votarem a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff. A manifestação foi feita no encontro semanal da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), no qual ele apresentou as ações e a programação do movimento “Vamos Tirar o Brasil da Lama – Impeachment Já”, que deve reunir milhares de produtores de todo o país na Esplanada dos Ministérios no próximo domingo (17/4), quando deve ser concluída a votação do pedido de afastamento da presidente da República na Câmara dos Deputados.
Segundo Schreiner, a ideia é que parlamentares, presidentes de federações, sindicatos e produtores rurais atuem junto aos deputados que ainda não decidiram seu voto para que votem a favor do impeachment. Além da vinda das comitivas de agricultores e pecuaristas a Brasília, haverá atos a favor do impeachment nos 27 estados, simultaneamente às ações do Movimento Brasil Livre (MBL). “Estamos em um empenho total, mobilizando nossas bases para buscarmos essa vitória no domingo e devolvermos o Brasil a todos os brasileiros”, afirmou o vice-presidente da CNA, que está coordenando as ações do movimento.
Na avaliação da CNA, fatores como a desestabilização da economia, inflação, desemprego, queda de rentabilidade e do poder aquisitivo e a incitação à violência no campo, com invasão de propriedades, exigem de toda a sociedade uma postura mais firme pela saída de Dilma Rousseff do poder.
Nota oficial sobre a posição da SNA (Sociedade Nacional de Agricultura) a respeito da crise atual
É imperioso restaurar a dignidade do Brasil
A Sociedade Nacional de Agricultura, a mais antiga instituição brasileira voltada para a promoção e a defesa do agronegócio, vem manifestar sua perplexidade com a deplorável crise ética, política, e econômica que se alastrou no País, a partir da revelação do maior esquema de corrupção do mundo, implantado em uma empresa pública, a Petrobrás. Tal fato vem sendo divulgado nas principais revistas e jornais de circulação mundial como The Economist, Financial Times, New York Times e outros.
Estamos assistindo, estarrecidos, a um lamentável espetáculo de apego ao poder, desrespeito às leis e intolerância às regras constitucionais pelo atual governo.
O Executivo está imobilizado. O Congresso, desacreditado. O Judiciário, hipertrofiado, começa a dar sinais de enfraquecimento.
A classe empresarial permanece acuada, com algumas de suas mais emblemáticas figuras denunciadas pelo engajamento em esquemas de corrupção sistemática, patrocinada conforme dito e repetido em colaborações premiadas de agentes criminosos.
Líderes dos autodenominados movimentos sociais pregam a desordem e conclamam seus seguidores para um enfrentamento criminoso, como invasões a propriedades privadas, fato que poderia ensejar a intervenção das Forças Armadas. E o fazem sob o olhar condescendente da senhora Presidente da República.
O ambiente no mercado e nas classes produtoras é de incerteza e acelerada deterioração, com risco de desordem social. O agronegócio está apreensivo. Deus nos livre de uma guerra civil!
No plano internacional, perdemos o respeito e a consideração que havíamos conquistado a duras penas. Hoje somos considerados lixo.
É preciso dar um basta, um fora a isso tudo! Os brasileiros necessitam ver sua dignidade resgatada.
A sociedade brasileira não suporta mais assistir às ilicitudes, à corrupção e aos acordos entre políticos celebrados à margem da lei e dos costumes honestos. É necessário punir todos os envolvidos em práticas criminosas, sem exceção.
Defendemos a destituição do atual governo, seja pelo impeachment, pela cassação da chapa Dilma-Temer por parte do TSE, ou ainda por um acordo político que viabilize a realização de novas eleições em curto prazo. E que o novo governo seja de conciliação, capaz de superar os conflitos políticos e agregar em harmonia os diversos segmentos da sociedade brasileira.
O agronegócio brasileiro é o único segmento que vem apresentando ganhos consistentes à economia. Representa cerca de 23% do PIB e 34% dos empregos brasileiros. Em 2015 foi o único setor que se expandiu, com crescimento de 1,8%, enquanto o PIB recuou 3,8%. É o agronegócio que garante o equilíbrio da Balança Comercial, respondendo por cerca de 50% do total de nossas exportações.
Reconhecemos o excepcional trabalho que vem sendo realizado pela ministra Kátia Abreu à frente do Ministério da Agricultura, principalmente na conquista de novos mercados para os produtos do agronegócio brasileiro, e nos esforços em busca da desburocratização e dos ganhos de eficiência no ministério.
Assim como o agronegócio é um exemplo de sucesso na economia brasileira, o Ministério da Agricultura é uma das raras ilhas de excelência no atual governo.
Somos solidários à ministra Kátia Abreu por sua postura nessa crise, mantendo-se firme em defesa do agro, ainda que tal posicionamento signifique algum desgaste pessoal.
O agronegócio precisa de segurança jurídica, estabilidade econômica e harmonia para continuar sua trajetória de crescimento e tornar-se o maior exportador mundial de alimentos.
Esse é o verdadeiro lugar do Brasil.
Pró impeachment: Faeg convoca produtores e realiza novo adesivaço em dois pontos da cidade
Para engrossar o coro de apoio ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) realiza nesta quarta-feira (13) uma nova manifestação em Goiânia. A entidade mobilizou produtores e lideranças rurais e até o final da semana deve realizar várias ações de apoio ao afastamento da chefe de estado. Nesta última sexta-feira (8) os pontos escolhidos foram a Praça do Ratinho, no Setor Sul, e a sede da Polícia Federal (PF), no Setor Bela Vista. Desta vez, a manifestação, em forma de adesivaço, acontece na porta daFaeg, no Setor Sul e no Parque Vaca Brava, no setor Bueno – ambos a partir das 17h30.
A Federação, que já vem acumulando apoio de outras entidades, objetiva ratificar a postura de que entende que só a união gera mudança e que nesse momento o melhor para a sociedade brasileira é a cassação do mandato da presidente. Na terça-feira (5), o presidente da Faeg, José Mário Schreiner, esteve em Brasília onde se reuniu com dirigentes de federações estaduais de agricultura de todo o país. Na quarta-feira (6), ele se encontrou com Hugo Goldfelf, presidente da Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura (SGPA) e nomes importantes da agropecuária. Com ambos encontros a Faeg ganhou reforços na defesa da do impeachment.
Para Schreiner “chegou a hora de buscar soluções e medidas para toda essa situação. A presidente não está se mostrando capaz de unir a sociedade para um grande pacto de recuperação da economia”. Ele explica que o apoio ao impeachment também foi agravado pela declaração de Aristides Santos, da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura, que defendeu a invasão de terras durante cerimônia no Palácio do Planalto.
“O setor agropecuário vinha resistindo a esta maré depressiva e mantendo seus níveis de produção, de emprego e de vendas ao exterior. Porém, os efeitos do esfacelamento da economia agora chegam até nós. Produtores de todo o país se preparam para tempos muito difíceis e adiam investimentos, prevendo os riscos que se prenunciam no horizonte. A produção cresce na medida em que houver segurança e previsibilidade”, disse Schreiner.
Fonte: Notícias Agrícolas